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Não é surpresa. Desde sempre, a coluna antecipou que, se Donald Trump vencesse a eleição nos Estados Unidos, a guerra na Ucrânia terminaria, com derrota, claro, para os ucranianos. É a paz nos termos de Vladimir Putin, ou seja, a Ucrânia entrega os territórios já ocupados pelo exército russo.
Isso fica muito claro na primeira reunião direta para negociar o fim das hostilidades desde 2022. Basta olhar a foto de quem está à mesa no Palácio Diriyah, em Riad: o chanceler saudita, Faisal bin Farhan al-Saud e seu assessor de Segurança Mosaad bin Mohammad al-Aiban; a delegação americana com o assessor de Segurança Nacional, Michael Waltz, o enviado para o Oriente Médio, Steve Witkoff, e o secretário de Estado, Marco Rubio; e a comitiva russa encabeçada pelo chanceler Sergei Lavrov e o experiente Iuri Uchakov, que assessora Putin desde 2012.
Se você está procurando algum representante do governo ucraniano, os invadidos, não canse seus olhos. Simplesmente, não há. Também não há comitiva de nenhum outro país europeu.
Há dois recados na moda trumpiana de negociar a paz. O primeiro é que o crime compensa. Em 2022, a Rússia invadiu a Ucrânia, uma nação soberana, rasgando o direito internacional. Três anos depois, abocanhou territórios.
O segundo é como Trump implode o sistema de segurança europeu: reduz apoio aos aliados, abre a porteira para uma próxima investida de Putin - na Finlândia ou nos Bálticos. Em resumo, está dizendo: "Europeus, virem-se".