![Vinícius Coimbra / Agência RBS Vinícius Coimbra / Agência RBS](https://www.rbsdirect.com.br/filestore/8/0/5/0/4/1/5_401aade216cb025/5140508_bd4d14bfad3ee45.jpg?w=700)
Virou uma trapalhada o recomeço das aulas na rede pública estadual em 2025. Tudo porque faltou empatia por parte da Secretaria Estadual de Educação (Seduc) diante da onda de calor extremo que recai sobre os gaúchos neste fevereiro.
Conhecedor da estrutura das 2.320 escolas de todo o Rio Grande do Sul, onde carecem ventiladores e bebedouros - sem falar de aparelhos de ar-condicionado -, o governo gaúcho poderia ter sido mais sensível aos apelos do Cpers para que adiasse o começo das aulas. Não digo nem postergar para segunda-feira, dia 17, mas, ao menos até quarta-feira (12), quando, pela previsão do tempo, a temperatura começará a cair com a chegada de uma frente fria.
Para que se chegasse a um meio termo, no entanto, era necessário que os dois lados sentassem para conversar. E, ao que parece, faltou também diálogo.
A presidente do Cpers, Rosane Zan, diz que enviou uma mensagem de WattsApp para a secretária de Educação, Raquel Teixeira, pedindo o adiamento. Ao programa Gaúcha Atualidade, Raquel disse que recebeu o recado, mas que a conversa não evoluiu. Mensagem de WhattsApp não é a forma adequada para uma solicitação como essa, que deveria ter seguido o trâmite formal, mas se a conversa não continuou, há algum ruído na comunicação.
Planejamento e previsibilidade são outros dois quesitos que faltaram nesse processo: estamos vivendo no RS a onda de calor há pelo menos uma semana. Sabia-se, com antecedência, que esses próximos dias seriam assim. Se as aulas das redes municipais de muitas cidades só começarão no dia 17 — inclusive Porto Alegre —, por que não deixar para esse dia a retomada também no Estado?
Ingressar na Justiça para derrubar a liminar parece, agora, mais uma questão de ego do que preocupação com as famílias. Agora que o processo já está na Justiça - e os pais e estudantes com suas rotinas atrapalhadas -, valeria mais confirmar o retorno para o dia 17, do que aprofundar na Justiça a discussão.
Ao menos daria alguma previsibilidade à comunidade escolar.