Havia a expectativa de que, pela primeira vez em 32 meses – quase três anos –, a produção industrial de novembro apresentasse alta em relação ao mesmo mês do ano anterior, mas os dados divulgados nesta manhã pelo IBGE não confirmaram a projeção. Ainda houve recuo de 1,1% frente a novembro de 2015, mas, mais do que a levíssima alta de 0,2% ante outubro, alguns detalhes da composição desse quase equilíbrio são promissores. Lembrando que "promissor" embute uma possibilidade que pode se confirmar ou não.
Primeiro: ainda não foi desta vez que a comparação interanual ficou positiva, mas a queda na relação novembro de 2015/novembro de 2016 foi mas a menos intensa desde março de 2014 (-0,4%).
Segundo: a produção de bens de capital – máquinas e equipamentos para a produção, que sinalizam investimento produtivo – cresceu substanciais (a essa altura) 2,5% ante outubro e menos substanciais, mas um avanço de 1,1% frente a novembro de 2015. Nesse item, ao menos, a expectativa se cumpriu.
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Terceiro: 13 dos 24 ramos pesquisados tiveram crescimento (ou ao menos variação positiva) em novembro passado – um acima da metade.
Quarto: alguns segmentos fortemente impactados pela crise tiveram boa reação frente ao mês anterior, caso de veículos automotores, reboques e carrocerias, que avançaram 6,1%, equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos, que subiram 6,6%, máquinas e equipamentos, com alta de 2,4%, confecção de artigos do vestuário e acessórios, que subiram 4,4%. Fecham a lista de alta produtos de minerais não-metálicos (2,2%), produtos de borracha e de material plástico (2,2%) e indústria extrativa (1,5%).