- Alexsandro Gunsch, 49 anos, começa a ser julgado nesta sexta-feira (25) pelo assassinato de Débora Michels Rodrigues da Silva, 30, em 26 de janeiro de 2024. Eles estavam em processo de separação
- O julgamento deveria ter ocorrido em março, mas foi remarcado após o réu destituir suas advogadas
- Gunsh é réu por homicídio qualificado por feminicídio, motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima
- O réu deixou o corpo de Débora em frente à casa dos pais dela. Laudo da Instituto-Geral de Perícias (IGP) aponta que ela morreu por asfixia mecânica
- Gunsch está preso desde 28 de janeiro de 2024, quando apresentou-se à Polícia Civil e confessou o assassinato da companheira
Acompanhe o julgamento de Alexsandro Gunsch
Relembre o caso
O corpo de Débora Michels Rodrigues da Silva foi encontrado em frente à casa de seus pais, em Montenegro, no Vale do Caí, na manhã de 26 de janeiro de 2024. A personal trainer de 30 anos foi morta durante a madrugada, pelo companheiro, Alexsandro Gunsch, que confessou o crime dois dias depois.
O corpo da vítima não apresentava sinais de violência e foi deixado sob um cobertor. A Brigada Militar (BM) foi acionada por pessoas que passavam pelo local. Posteriormente, uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) confirmou o óbito.
Conforme a família, Débora e Gunsh estavam juntos havia 11 anos, mas haviam iniciado processo de separação.
Em relato à Polícia Civil, o réu afirmou que, durante uma discussão, ele e a vítima trocaram agressões. Ainda conforme o relato, em meio à briga, ele segurou a companheira pelo pescoço, levantou-a e arremessou a mulher contra um guarda-roupas, momento em que ela teria começado a passar mal.
Quem era Débora?
Graduada em Educação Física pela Unisinos, Débora era personal trainer em uma academia em Montenegro. Em suas redes sociais, compartilhava conteúdos de incentivo à vida saudável.
Conhecida como Debby, ela era apaixonada por musculação e chegou a vencer algumas competições de fisiculturismo. Ela atuava no ramo desde 2011.
— A Débora era uma pessoa muito querida por todos aqui na comunidade. Amigos, família, todo mundo adorava ela. O pessoal da academia, que trabalhava com ela, adorava o sorriso dela, a alegria de trabalhar. Ela amava o que ela fazia. Ela gostava muito, e isso contagiava muito as pessoas, nós da família também. Era uma pessoa cativante, especial demais — descreveu o irmão, Alex Michels, 41 anos, em entrevista ao Timeline, da Rádio Gaúcha, alguns dias após o crime.
Como pedir ajuda
Brigada Militar – 190
- Se a violência estiver acontecendo, a vítima ou qualquer outra pessoa deve ligar imediatamente para o 190. O atendimento é 24 horas em todo o Estado.
Polícia Civil
- Se a violência já aconteceu, a vítima deverá ir, preferencialmente à Delegacia da Mulher, onde houver, ou a qualquer Delegacia de Polícia para fazer o boletim de ocorrência e solicitar as medidas protetivas.
- Em Porto Alegre, a Delegacia da Mulher na Rua Professor Freitas e Castro, junto ao Palácio da Polícia, no bairro Azenha. Os telefones são (51) 3288-2173 ou 3288-2327 ou 3288-2172 ou 197 (emergências).
- As ocorrências também podem ser registradas em outras delegacias. Há DPs especializadas no Estado. Confira a lista neste link.
Delegacia Online
- É possível registrar o fato pela Delegacia Online, sem ter que ir até a delegacia, o que também facilita a solicitação de medidas protetivas de urgência.
Central de Atendimento à Mulher 24 Horas – Disque 180
- Recebe denúncias ou relatos de violência contra a mulher, reclamações sobre os serviços de rede, orienta sobre direitos e acerca dos locais onde a vítima pode receber atendimento. A denúncia será investigada e a vítima receberá atendimento necessário, inclusive medidas protetivas, se for o caso. A denúncia pode ser anônima. A Central funciona diariamente, 24 horas, e pode ser acionada de qualquer lugar do Brasil.
Defensoria Pública – Disque 0800-644-5556
- Para orientação quanto aos seus direitos e deveres, a vítima poderá procurar a Defensoria Pública, na sua cidade ou, se for o caso, consultar advogado(a).
Centros de Referência de Atendimento à Mulher
- Espaços de acolhimento/atendimento psicológico e social, orientação e encaminhamento jurídico à mulher em situação de violência.