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A entrada da agência do Banco do Brasil localizada na esquina das avenidas Farrapos e São Pedro, na zona norte de Porto Alegre, sofreu estragos que demonstram a força do impacto provocado por um ônibus da linha T3 da Carris desgovernado na madrugada de segunda-feira (24).
Na manhã desta terça (25), a agência seguia fechada e com um tapume na entrada. O local exibia danos que mais pareciam ter sido causados por uma explosão: barras de metal retorcidas, restos de vidro, fios e luminárias permaneciam espalhados pelo chão. Acima, o forro desabou parcialmente, e pedaços dos dutos de ar-condicionado foram arrancados pela parte superior do veículo. Partes do ônibus também ficaram jogadas no saguão.
O coletivo invadiu cerca de cinco metros do estabelecimento, levou de arrasto a porta giratória, corrimãos metálicos, partes do forro e parte do mobiliário interno. Uma placa de "autoatendimento" estava no chão, ao lado de fios e outros destroços.
Mais adiante, estava o para-choque dianteiro do veículo e, em seguida, a estrutura de ar-condicionado que ficava acima da porta da frente do ônibus.
Um contêiner posicionado na Avenida São Pedro, ao lado da agência, também exibia parte do material destruído pela colisão e já retirado do interior da agência: pilhas de cacos de vidro e mais restos de metal e madeira.
Investigação
A Polícia Civil busca imagens e depoimentos de testemunhas, além de aguardar provas periciais e outros elementos, para determinar as razões e a dinâmica exata do acidente, em que um carro bateu na lateral do ônibus.
Imagens de uma câmera localizada nas proximidades (veja abaixo) mostram que, por volta da 1h de segunda-feira, um coletivo da Carris seguia pela Avenida São Pedro rumo à garagem, já sem passageiros, quando foi atingido por um carro que vinha pela Farrapos no sentido bairro-Centro.
Segundo a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), o ônibus tinha sinal verde para cruzar a Farrapos no momento da batida. O motorista da Carris, de 47 anos, não ficou ferido. O condutor do automóvel quebrou um pé e foi encaminhado para atendimento médico.
O delegado da Polícia Civil Arthur Raldi afirma que a apuração do episódio ainda está em fase inicial:
— Estamos em fase de investigação, buscando e coletando imagens, depoimentos de testemunhas, provas periciais e demais elementos probatórios que sejam capazes de demonstrar exatamente a dinâmica do fato.
O delegado confirma que uma das hipóteses a ser esclarecida é se o carro que bateu no ônibus estava participando de alguma ação ilegal.
— Quanto à possibilidade de participação do veículo em um racha, está sendo investigado também. Entretanto, para não atrapalhar o deslinde da investigação, não podemos fornecer mais informações — explicou o delegado.
Conforme Raldi, o condutor do carro fez exame de alcoolemia, e o resultado foi negativo.
A Carris informou que o motorista do coletivo não se manifestaria nesse momento por haver uma investigação policial em curso.