
A ventania que atingiu Porto Alegre na tarde de segunda-feira (31) fez com que uma carreta que atravessava a ponte nova sobre o Guaíba tombasse. O condutor do veículo é o caminhoneiro Osmar Miranda, que percorre as ruas do RS na boleia do seu caminhão desde 1977.
— A chuva era muito forte e o vento vinha no sentido contrário. Eu já estava de pé dentro da cabine, me segurando. Ele já tombou praticamente parado. Não foi fácil — lembra Osmar na manhã desta terça-feira (1º), em entrevista ao Timeline, da Rádio Gaúcha.
Em razão da queda, Osmar teve algumas escoriações e uma luxação.
— Foi só o susto mesmo — contou.
O motorista relembra que havia descarregado o caminhão em Cachoeirinha, na Região Metropolitana, e estava se deslocando para Camaquã, no sul do Estado, quando a carreta tombou:
— Não tinha nada o que fazer na hora. Ia tombar de qualquer jeito. Sorte que a ponte é larga.
Ele acredita que o fato de o caminhão estar vazio pode ter contribuído para o tombamento.
— Se estivesse carregado, não tombava. Andei por dois minutos, mais ou menos. A hora que ele balançou, o vento veio com muita força e eu falei: "Vai tombar, vai tombar, vai tombar" — conta Osmar.
Por volta das 19h, o motorista foi socorrido por uma equipe da CCR ViaSul, que administra o trecho onde o acidente aconteceu. Ele recebeu atendimento médico e estava consciente. Segundo a Defesa Civil municipal, rajadas de 111 km/h foram registradas na Capital.
O ciclista Rodrigo da Luz Barcelos, que passava pelo local, usou um apito para ajudar a coordenar o trânsito, uma vez que não havia sinalização ou autoridades para organizar o fluxo de veículos.
— Estava preocupado com a chuva, como todo mundo. Mas eu também estava com bastante vontade de ajudar. Estava bem equipado, estava com as luzinhas da bike, estava com um capacete chamativo que o pessoal conseguiria me ver no meio do trânsito, e decidi ajudar — conta Barcelos.
Veja momento em que o caminhão tomba:
Temporal
O temporal provocou queda de árvores, alagamentos e falta de energia elétrica na Capital. Nesta terça-feira, Porto Alegre ainda tem pontos com sinaleiras fora de operação, árvores caídas, fios soltos e falta de luz.