O Equador pediu ao presidente americano, Donald Trump, apoio militar na luta contra o narcotráfico, durante uma reunião "positiva" entre os governantes no fim de semana, informou nesta terça-feira (1º) o mandatário Daniel Noboa a poucos dias de um disputado segundo turno eleitoral.
O presidente equatoriano é um dos principais aliados dos Estados Unidos na América Latina e busca apoio internacional na guerra contra as facções que atingem o país.
Noboa, de 37 anos, está em plena campanha política com vistas ao segundo turno de 13 de abril, no qual as pesquisas preveem uma disputa acirrada contra a esquerdista Luisa González.
O Equador "também está aberto a bases internacionais. (...) Eles (Estados Unidos) vão ajudar a patrulhar não apenas por causa do narcotráfico, mas também os temas de pesca ilegal que tanto nos afeta", disse Noboa em entrevista à Radio Sucesos.
Recentemente, o presidente sugeriu ao Congresso que elimine da Constituição a proibição de estabelecer bases militares estrangeiras como a que Washington teve até 2018 no porto pesqueiro de Manta (sudoeste) para voos antidrogas.
Além disso, anunciou uma aliança com Erik Prince, fundador da questionada empresa americana de segurança Blackwater, cujos funcionários mataram e feriram dezenas de civis no Iraque.
"Um grupo deles já está chegando nesses dias ao país. Vamos começar as primeiras sessões de trabalho com eles. Até aqui estamos falando de assessorias, de capacitações, mas não necessariamente a presença deles aqui vai se limitar a esses dois temas", disse sem dar mais detalhes nesta terça-feira o ministro da Defesa, Gian Carlo Loffredo, em uma entrevista televisiva.
"Não se trata simplesmente das tropas estrangeiras virem aqui e fazerem o que quiserem. Todos estão sujeitos à lei, (...) à supervisão e à cooperação direta com nossas Forças Armadas e com a polícia", disse Noboa.
O presidente aposta em uma política de pulso fime para enfrentar a crescente violência ligada a diversas organizações ilegais que se enfrentam entre si e unidas em sua guerra contra o Estado.
Trump disse que "vai revisar" a solicitação do Equador de incluir "na lista de terroristas" as facções locais com conexões internacionais, segundo Noboa.
No sábado, os mandatários tiveram um encontro na Flórida do qual pouco se soube.
"Foi uma reunião privada, uma reunião bastante positiva (...) uma discussão, digamos, amena", disse o presidente.
Segundo Noboa, o mandatário americano lhe pediu discreção sobre os temas conversados, mas informou que falaram de segurança, migração e relações comerciais.
"Com os Estados Unidos, usamos sua moeda e é nosso principal parceiro comercial", lembrou.
* AFP