
Uma manifestação de servidores municipais provoca transtornos no trânsito do centro de Porto Alegre desde a manhã desta terça-feira (1º). A movimentação faz parte de uma greve liderada pelo Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa), que pede reposição salarial para a categoria.
O protesto ocorreu em um dia marcado por diversos transtornos por conta do temporal de segunda-feira (31).
O ato, que começou por volta das 10h, passou pela Avenida Mauá, depois foram até a Rua General João Manoel com a Siqueira Campos, onde fica o Centro Administrativo Municipal.
Centenas de servidores permaneceram na via por cerca de uma hora. A Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) orientou os motoristas que utilizavam a Siqueira Campos para fazer o desvio pela Avenida Mauá.
Às 14h, os manifestantes se concentravam na Siqueira Campos com a João Manoel, onde o trânsito fluía pela faixa da esquerda da Siqueira Campos, conforme a EPTC.
O Simpa justificou que já havia decretado greve antes do temporal, por isso, não houve tempo para adiar o ato, o que deveria ser feito mediante uma assembleia geral.
No início da tarde, a entidade ainda não tinha uma estimativa percentual de adesão dos servidores à greve.
— Quem está puxando a mobilização é a educação, mas as escolas não fecham totalmente, porque a greve pode ser considerada ilegal, então sempre tem algum atendimento. O mesmo ocorre na saúde, porque tem sempre algum colega atendendo. Outros setores, como a cultura, também estão parados — explica Assis Olegário, diretor financeiro do Simpa.
Segundo ele, às 16h desta quarta-feira (2) está marcada uma assembleia geral no Centro de Eventos Barros Cassal, no bairro Floresta.
— A categoria chegou a um limite: estamos em uma defasagem salarial de 33,4%, nos quatro anos do governo Marchezan e dois do Melo — estima Olegário.
Em nota, a prefeitura afirmou que está à disposição para dar continuidade às negociações com o Simpa.
Confira a íntegra da nota da prefeitura
A prefeitura reitera a disposição para dar continuidade às negociações com o Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa). Nas últimas semanas, o governo esteve em quatro reuniões - a última delas realizada na manhã desta terça-feira (01) - com representantes da diretoria do sindicato, e reafirmou o compromisso com o diálogo, a transparência e em buscar soluções com responsabilidade para as demandas apresentadas dentro da realidade de um município impactado por muitas dificuldades orçamentárias, decorrentes da enchente de maio de 2024.
A administração municipal também ressalta que os índices da defasagem inflacionária apresentados pelo sindicato não correspondem ao período da atual gestão. Entre 2022 e 2023, o Executivo concedeu um reajuste salarial de 15,85% e aumentou em 35% o vale alimentação. Em 2021, durante a pandemia, a concessão de reajustes foi impossibilitada pela Lei Federal 173/2020. Em 2024, a prefeitura repôs em 4,62% o vale alimentação.
Além disso, a prefeitura propôs recentemente um complemento remuneratório para os servidores que recebem até um salário mínimo básico, com pagamento retroativo a janeiro de 2024. O projeto de lei que viabiliza essa medida já está em tramitação na Câmara Municipal.
Em relação aos servidores que aderirem à paralisação a partir desta terça-feira, 01º de abril, todas as secretarias foram orientadas a cortar o ponto daqueles que se ausentarem neste dia, em consonância com entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF).