
Uma motociata de trabalhadores de telentrega por aplicativo causou transtornos no trânsito de Porto Alegre. O protesto faz parte de uma mobilização nacional que reivindica às empresas do ramo uma série de melhorias.
Os manifestantes saíram às 11h da Avenida Getúlio Vargas, em Canoas. Eles seguiram pela BR-116, utilizaram a freeway e Castello Branco até chegar na região central da cidade, por meio das avenidas Mauá, Loureiro da Silva, Borges de Medeiros e Praia de Belas, onde fica a sede de uma das empresas de transporte por aplicativo.
Ao longo do percurso houve lentidão por onde os motociclistas passaram. Eles chegaram a paralisar o trânsito por dois momentos, na Mauá e na Loureiro da Silva.
Entidades que representam os entregadores estão incentivando a categoria a paralisar as atividades ao longo do dia. Não há informações sobre a adesão desse movimento.
Entenda o movimento
Batizado de "Breque Nacional dos Apps", o movimento tem adesão em 60 cidades do Brasil. Os manifestantes anunciaram que a paralisação vai ser estendida até terça-feira (1º).
O movimento reivindica melhorias e alega condições precárias de trabalho.
Confira as quatro principais pautas defendidas pelos manifestantes:
- Reajuste da taxa mínima por corrida/entrega, de R$ 6,50 para R$ 10,00
- Aumento do valor pago por quilômetro rodado, de R$ 1,50 para R$ 2,50
- Corridas de no máximo três quilômetros para ciclistas, para evitar a exaustão dos profissionais
- Pagamento integral de cada entrega quando vários pedidos são reunidos em uma mesma rota
Em São Paulo, berço do movimento, o ponto de mobilização foi a Praça Charles Miller. Ainda não informações sobre o número de pessoas que participaram do protesto na capital paulista.
Posicionamento
Procurada pela reportagem de Zero Hora, a Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (Amobitec), que representa plataformas como iFodd, 99 e Uber, informou que as empresas mantém "canais de diálogo contínuo com os entregadores". Abaixo, veja a nota na íntegra.
Nota da Amobitec
A Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (Amobitec) respeita o direito de manifestação e informa que suas empresas associadas mantêm canais de diálogo contínuo com os entregadores.
Sobre a remuneração dos profissionais, de acordo com o último levantamento do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), a renda média de um entregador do setor cresceu 5% acima da inflação entre 2023 e 2024, chegando a R$ 31,33 por hora trabalhada.
As empresas associadas da Amobitec apoiam a regulação do trabalho intermediado por plataformas digitais, visando a garantia de proteção social dos trabalhadores e segurança jurídica das atividades. Além disso, atuam dentro de modelos de negócio que buscam equilibrar as demandas dos entregadores, que geram renda com os aplicativos, e a situação econômica dos usuários, que buscam formas acessíveis para utilizar serviços de delivery.