A procuradora-geral dos Estados Unidos, Pamela Bondi, ordenou que os promotores que cuidam do caso de Luigi Mangione, acusado de matar um CEO em Nova York, peçam a pena de morte para ele. Brian Thompson, 50 anos, CEO da seguradora de saúde americana UnitedHealthcare, foi morto a tiros em dezembro de 2024 em uma via pública em Manhattan.
Segundo o g1, a decisão foi divulgada nesta terça-feira (1º), em um comunicado oficial do Departamento de Justiça americano:
“O assassinato de Brian Thompson por Luigi Mangione — um homem inocente e pai de duas crianças pequenas — foi um assassinato premeditado e a sangue frio que chocou a América."
"Após cuidadosa consideração, orientei os promotores federais a buscar a pena de morte neste caso, enquanto executamos a agenda do presidente Trump para impedir crimes violentos e tornar a América segura novamente", diz a mensagem da procuradora.
Relembre o caso
Brian Thompson, 50 anos, CEO da seguradora de saúde americana UnitedHealthcare, foi morto a tiros na manhã do dia 4 de dezembro, em Midtown Manhattan, em Nova York.
O empresário caminhava em direção ao Hotel Hilton, vestindo terno e gravata, para participar da conferência anual com investidores da empresa, a ser realizada no salão do hotel.
O assassino conseguiu fugir e a polícia estava havia dias em operação de busca, com helicópteros, cães farejadores e analisando as câmeras da cidade.
Mangione foi detido em uma loja do McDonald's em Altoona, na Pensilvânia. A polícia estadunidense afirma que a arma apreendida com o suspeito parece ter sido feita em uma impressora 3D.
Conforme as autoridades, a polícia foi chamada por uma pessoa que o reconheceu por conta das imagens divulgadas pela investigação.
No momento da autuação, além da "arma fantasma", o suspeito levava um manifesto escrito a mão com críticas aos planos de saúde dos EUA, conforme relato de policiais ao jornal The New York Times.
Qualquer informação que contribuísse com a prisão do foragido poderia render uma recompensa em dinheiro.
Quem é Luigi Mangione?
Conforme informações da imprensa internacional, ele era considerado um aluno brilhante e se formou em uma das melhores universidades do país. De acordo o NY Post, ele cursou Ciência da Computação na Penn State University, com foco em inteligência artificial, e havia sido o orador de sua turma no Ensino Médio.
Nas redes sociais, Mangione já havia demonstrado interesse pela vida de serial killers, como Ted Kaczynski (1942-2023). Conhecido como "Unabomber", o assassino era um gênio da matemática que mandava cartas-bomba aos alvos.
De acordo com o LinkedIn, Mangione morava em Honolulu, no Havaí, mas trabalhava como engenheiro de dados em uma companhia automotiva sediada na Califórnia.
A capa de seu perfil no X (antigo Twitter) tem a foto de um raio X de sua coluna com pinos cirúrgicos. Conforme R.J. Martin, que morou com ele por cerca de um ano, Mangione sofria de fortes dores nas costas. Uma vez, após fazer aulas de surfe, ele precisou ficar de cama por cerca de uma semana em função desse problema de saúde, contou.

— Foi realmente traumático e difícil, sabe, quando você está na casa dos 20 e poucos anos e não consegue fazer algumas coisas básicas — explicou Martin à CNN.
De acordo com o ex-colega de casa, as dores atrapalhavam a vida do jovem em diversos aspectos, incluindo os relacionamentos amorosos.
— Sua coluna estava meio desalinhada. Ele disse que suas vértebras inferiores estavam fora e acho que beliscou um nervo — contou ele ao canal norte-americano.
— Ele sabia que namorar e ter intimidade física com sua condição nas costas não era possível.
Na entrevista, Martin também recordou de conversas que teve com o suspeito sobre o sistema capitalista e as grandes empresas. Entretanto, ele afirma que não sentia "tendências violentas" nas falas do amigo.
Quem é a família Mangione?
A história dos Mangione começou com o avô de Luigi, Nicholas Mangione Sr., filho de imigrantes italianos da região da Sicília.
Nascido em 1925 no bairro de Little Italy, em Baltimore, Nick teve uma infância marcada por dificuldades, mas transformou essa pobreza em prosperidade ao lado de sua esposa, Mary Cuba Mangione.
O casal construiu e adquiriu propriedades que hoje compõem o império da família, incluindo hospitais, prédios de escritórios e comunidades residenciais.
Em 1978, eles adquiriram o Turf Valley Country Club e o transformaram em um resort luxuoso que inclui hotel, spa e campo de golfe.
Oito anos depois, compraram também o Hayfields Country Club, agora administrado pelos pais de Luigi, Louis e Kathleen Mangione.
Filantropia
Além dos negócios, Nick e Mary ficaram conhecidos por doações a instituições religiosas, culturais e de saúde. A unidade de obstetrícia do Centro Médico da Grande Baltimore, por exemplo, foi batizada com o nome da família.
A generosidade da família não se restringe a Maryland. Entre as instituições beneficiadas estão também o Instituto Kennedy Krieger, o Hospital Infantil de Pesquisa St. Jude e a Universidade Loyola.
O casal também criou a Fundação Família Mangione, que até hoje financia projetos de caridade na região de Baltimore.