A fúria de João Gilberto Noll, que entre outras coisas nos deu justamente A Fúria do Corpo (1981), está de volta. Solidão Continental, seu último romance, é uma narrativa linear e profunda como alguns de seus melhores livros, em que a vazão dos sentidos se expressa num fluxo verbal quase incontinente. E obsceno. O protagonista, que talvez se chame João Bastos, é um típico exemplar do autor: solitário, com uma identidade difusa, em busca de remédio para aplacar seu tormento. A redenção, quem diria, estava bem debaixo de seu nariz.
GZH faz parte do The Trust Project