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Por unanimidade, os desembargadores do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) votaram pela prisão preventiva imediata do presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), Jorge Picciani (PMDB), do ex-presidente Paulo Melo (PMDB) e do líder de governo Edson Albertassi (PMDB). Os parlamentares são alvo da Operação Cadeia Velha, desdobramento da Lava-Jato.
Os mandados de prisão já foram expedidos. A determinação segue agora para a Alerj, que votará se aceita a medida ou a rejeita.
Os desembargadores concordaram com a denúncia do Ministério Público Federal (MPF) sobre o uso da Alerj para a prática de corrupção, associação criminosa, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Eles também decidiram pelo afastamento de suas funções e que a prisão dos parlamentares deve ir para o colegiado da assembleia e ser votada pelos deputados.
Durante o seu voto, o desembargador Messod Azulay disse que era "muito triste" saber que um dos acusados era presidente da Alerj já por seis mandatos.
— Há um acervo probatório muito vasto. É muito triste saber que um deles é presidente da Alerj já por seis mandatos e que esses mesmos três parlamentares, ao invés de trabalhar para os que os elegeram, trabalharam para setores como empresas de ônibus e para favorecimentos indevidos. É estranho que, quando a gente passava pelas ruas, via tantos ônibus vazios. Como sobreviviam, eu não conseguia entender, e agora a gente acaba entendendo como tudo é uma grande lavanderia de dinheiro — disse.
Azulay afirmou também que os parlamentares "fabricaram legislações em favor de pouquíssimas pessoas à base de pagamento de vantagens indevidas".
— Não eram fatos isolados, era o padrão. O Rio de janeiro está sem paz e eu atribuo essa falta de paz a essas pessoas. O desequilíbrio fiscal se deve a essas pessoas. Elas precisam ser lamentavelmente afastadas do convívio da sociedade. Se tiver que submeter à Alerj, que se submeta, e a história que julgue — afirmou.