
O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira — a B3 —, abriu esta segunda-feira (7) em queda, acompanhando o movimento dos mercados financeiros globais (veja mais abaixo). Na sexta (4), o Ibovespa já havia recuado 2,96%.
Às 13h30min, o índice estava em queda de -1,61%, a 125.201 pontos.
Devido ao temor de uma guerra comercial que provoque recessão em larga escala, desencadeada pelas tarifas aplicadas pelos Estados Unidos contra seus parceiros comerciais, bolsas de valores da Ásia e da Europa desabaram nesta segunda-feira.
Acompanhe o índice Ibovespa
Cenário mundial
O índice mais alarmante nesta segunda-feira (7) foi em Hong Kong, que registrou queda de 13,22% em seus indicadores — o pior resultado em uma sessão desde 1997, durante a crise financeira asiática.
Também foram afetadas as bolsas de Tóquio, no Japão, com queda de 7,8%; de Seul, na Coreia do Sul, com redução de 5,6%; e de Sydney, na Austrália, que registrou queda de 4,2%.
Tarifaço de Trump
Donald Trump desencadeou uma tempestade nos mercados comerciais na semana passada, com o anúncio de série de tarifas sobre países de todo o mundo. O pacote incluiu alguns de seus principais parceiros comerciais, como China e União Europeia.
Trump acusa estes países de saque e, em consequência, decidiu impor tarifa universal de 10% a todos os produtos importados pelos Estados Unidos.
A partir de quarta-feira (9) devem entrar em vigor tarifas para os principais parceiros comerciais de Washington, incluindo a União Europeia (20%) e China (34%).
Retaliação chinesa
O governo da China anunciou que prepara "esforços extraordinários" para compensar os efeitos das tarifas, após Pequim anunciar cobrança de 34% a importações dos EUA, em resposta ao total de 54% de sobretaxas impostas por Trump.
O banco central do país anunciou poderá cortar taxas de juros a qualquer momento, e o governo garantiu que seguirá dando apoio para companhias estrangeiras, mesmo as americanas.
Mais de 50 países já pediram negociações sobre tarifas aos EUA.
Impacto no Brasil
No caso do Brasil, a base para todos os produtos é de 10%. Aço e alumínio, que têm taxas próprias já anunciadas, seguem com 25%.
Para especialistas em comércio exterior consultados por Zero Hora, as tarifas impostas ao Brasil "ficaram dentro do esperado", e o efeito geral na atividade econômica brasileira, pelo menos em um primeiro momento, deve ser moderado.