
O jornalista Paulo Egídio colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço.
Em nova manifestação pública neste domingo (6), na Avenida Paulista, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e aliados intensificaram os pedidos para que o Congresso aprove a anistia aos envolvidos nos ataques do dia 8 de janeiro de 2023, em Brasília. Os discursos focaram em críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF) e elogios à gestão de Bolsonaro na Presidência.
— Anistia é competência privativa do Congresso Nacional. Caso eles votem e o projeto seja sancionado ou promulgado, em caso de veto, vale a anistia — frisou o ex-presidente, no início de seu pronunciamento.
Bolsonaro reclamou de condenações dos envolvidos em depredações a "penas absurdas" e afirmou que seria preso caso estivesse no Brasil naquele dia. Ao mesmo tempo, garantiu que não fugirá do país diante das acusações de tramar um golpe em 2022:
— Se acham que vou desistir, fugir, estão enganados. Fiz juramento e cumpro: defender minha pátria com sacrifício da própria vida.
A manifestação reuniu sete governadores, dentre os quais três pré-candidatos a presidente: Ratinho Júnior (PSD), Ronaldo Caiado (União Brasil) e Romeu Zema (Novo). Apontado como "plano B" de Bolsonaro diante da inelegibilidade, Tarcísio de Freitas (Republicanos) foi o único a discursar. Ele evitou ataques ao Supremo, mas lembrou de outros episódios de concessão da anistia na história do país.
—Eu quero prisão para assaltante, para quem rouba celular, para quem invade terra e para corrupto. A anistia (para os condenados de 8 de janeiro) é o reencontro com a liberdade, a justiça e a esperança — afirmou.
No momento, o PL tenta obstruir os trabalhos da Câmara para forçar o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos) a pautar a votação da urgência da anistia. Motta, por sua vez, indicou que criará uma comissão especial para analisar o assunto.
Na manifestação, o líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), disse que o partido já tem 162 das 257 assinaturas para pautar o projeto e almeja conseguir o restante nesta semana. O plano é divulgar nome e foto de deputados indecisos para forçar a pressão popular sobre os parlamentares.