A gravação da conversa entre Joesley Batista e Michel Temer, entregue à Procuradoria-Geral da República (PGR) como parte da delação premiada do empresário, sofreu mais de 50 edições, de acordo com uma perícia contratada pelo jornal Folha de S. Paulo.
O laudo, feito pelo perito judicial Ricardo Caires dos Santos, mostra que o áudio tem claros indícios de manipulação, porém com propósito desconhecido. O perito afirma, ainda, que a gravação tem "vícios, processualmente falando", o que a invalidaria como prova jurídica.
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Ainda segundo o jornal, a gravação não teria passado pela Polícia Federal, sendo entregue diretamente à PGR. Em um dos trechos editados, Joesley pergunta a Temer sobre sua relação com ex-deputado Eduardo Cunha. A perícia apontou que a resposta do presidente sofreu cortes.
Entretanto, em um dos trechos mais importantes da gravação – quando o presidente dá anuência a uma mesada do empresário para Cunha –, não foram encontradas edições.
O Planalto, desconfiado de edição da conversa, também afirmou que irá enviar a gravação a peritos.