O Rio Grande do Sul registrou, em 2024, 6.153 denúncias no Ligue 180, um serviço que recebe informações de casos de violência contra a mulher. O montante significa aumento de 6,3% na comparação com 2023, quando 5.787 casos foram reportados, o que faz do Estado o quinto com mais registros entre as unidades da federação no período.
As informações são do Ministério das Mulheres, que divulgou o balanço anual da plataforma na terça-feira (4). O número de ligações para o número aumentou: foram 23.889 em 2023 e 24.779 no ano passado, diferença de 3,6%.
Casos de violência física lideram as violações no RS, com 3.799 episódios (61,7% do total). Violência patrimonial teve 1.091 registros, e sexual, 497.
Sobre o momento de registro da violência, 1.738 vítimas responderam ter ocorrido há mais de um ano e 899 há um mês. Em relação à frequência, 3.295 disseram ocorrer diariamente e 998 informaram que o registro é ocasional.
Veja outros dados do levantamento no RS:
- 932 esposos(as), 817 companheiros(as), 731 ex-companheiros(as) em 2024 foram denunciados(as)
- 3.809 denúncias foram realizadas pela própria vítima, três pelo agressor e 2.341 por terceiros
- 5.496 denúncias foram recebidas por ligações telefônicas e 549 por WhatsApp
- 2.595 dos casos de violação ocorreram na residência da vítima, 2.120 na casa da vítima e do suspeito e 311 na moradia do suspeito
Cenário nacional
Em todo o Brasil, o serviço registrou 750.687 atendimentos em 2024, uma média diária de 2.051 chamados. As denúncias de violência contra a mulher tiveram 132 mil casos, o que representa aumento de 15,1% em relação a 2023, quando 114,6 mil episódios foram relatados.
São Paulo concentra a maior parte das denúncias (31.227), seguido de Rio de Janeiro (21.528), Minas Gerais (12.815), Bahia (9.090) e Rio Grande do Sul (6.153).
No ano passado, os tipos mais recorrentes foram a violência psicológica (101.007 denúncias), física (78.651), patrimonial (19.095), sexual (10.203), violência moral (9.180) e cárcere privado (3.027). Segundo a metodologia usada pelo serviço, uma denúncia pode conter mais de um tipo de violência.
Nos casos em que foi declarada a raça ou a cor da vítima, 53.431 eram mulheres pardas e 16.373 mulheres pretas. Já as mulheres brancas somam 48.747 denúncias, seguidas por amarelas (779) e indígenas (620). Em 12.134 denúncias, a raça ou a cor das vítimas não foi identificada.
Sobre o serviço
A Central de Atendimento à Mulher - Ligue 180 é um serviço público e gratuito do governo federal que orienta sobre os direitos das mulheres e sobre os serviços da Rede de Atendimento à Mulher em situação de violência no Brasil.
A plataforma também analisa e encaminha denúncias para os órgãos competentes. O funcionamento é 24 horas por dia, incluindo sábados, domingos e feriados. Além da ligação para o número 180, o contato pode ser feito por mensagens no WhatsApp: (61) 9610-0180 ou no e-mail central180@mulheres.gov.br.