O jornalista Henrique Ternus colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço.
Quase um ano depois de deixar o PL, o ex-vice-prefeito de Porto Alegre Ricardo Gomes está preparando um novo passo na política. Gomes está acertado com o Partido Novo e será anunciado oficialmente pela legenda em um evento previsto para o dia 10 de março. Será uma cerimônia organizada pelo deputado Marcel Van Hattem, que vai oficializar sua pré-candidatura ao Senado, e o partido vai aproveitar a ocasião para apresentar o novo filiado.
Já na chegada, Gomes será apresentado pelo presidente do partido no RS, Marcelo Slaviero como uma opção do partido para disputar o governo do Estado.
— Ricardo vem ajudar a construir. Começou na política junto com o Marcel (Van Hattem), tem alinhamento muito forte com nossos princípios, e era natural essa vinda pro Novo — afirma Slaviero.
O lançamento de Gomes será um movimento para marcar posição com vistas à eleição de 2026. O Novo discute compor uma frente de partidos de direita, na qual o deputado Luciano Zucco (PL) seria candidato ao Piratini. Neste caso, Slaviero deixou aberta a porta para Ricardo Gomes escolher se deseja concorrer a deputado federal ou estadual.
Na mesma situação está o deputado estadual Felipe Camozzato, que também se colocou a disposição para concorrer a governador mas deve disputar uma vaga no Legislativo. A decisão se tentará a reeleição na Assembleia ou espaço na Câmara dos Deputados será do próprio Camozzato. O Novo também conta com Ricardo Jobim, que foi candidato ao governo do Estado em 2022 e pode reaparecer na disputa no ano que vem.
Novos aliados
Na preparação para 2026, o Novo almeja reforçar a nominata de candidatos à Assembleia Legislativa e à Câmara dos Deputados. Slaviero diz que já tem outros nomes na mira:
— Vamos buscar nos reunir com eles para apresentar o projeto do Novo que é eleger prioritariamente senador e deputado federal e quebrarmos a cláusula de barreira, que é o projeto nacional para o partido.
Um dos nomes ventilados é do deputado federal Lucas Redecker, atualmente no PSDB. Redecker confirma que recebeu convites do Novo, por meio de Van Hattem e do governador Minas Gerais, Romeu Zema, mas também diz ter sido abordado por líderes do PL, do PP e do Republicanos.
O tucano está aguardando uma definição do PSDB, que discute sobre uma fusão, provavelmente com PSD ou MDB. Os dois partidos estão na base do governo Lula, de quem Redecker mantém distância, o que seria sua motivação para deixar o atual partido.
— Se feita a fusão ou incorporação, abre uma janela para aqueles mandatários que dependem de uma janela específica poderem mudar de sigla. No RS, o que eu tenho conversado é justamente tentar construir um ambiente que a gente consiga fazer uma migração. Se venha a acontecer (a fusão) com um partido alinhado com o governo federal, deve haver uma migração em bloco.
Redecker diz também que tem na sua base um grupo de políticos que poderiam deixar o PSDB caso a fusão não agrade.
— Não pretendo estar e não gostaria que a fusão fosse feita com um partido que vai apoiar Lula como candidato a reeleição — crava.