
Em 25 anos de existência, a Expodireto nunca recebeu um presidente da República. Michel Temer veio uma vez, na condição de vice. Neste ano, ninguém do governo federal prestigiou a abertura da feira. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, que veio em 2024, desta vez alegou compromisso no interior de São Paulo. A presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros, também não aceitou o convite. Disse a Manica que tinha outro compromisso. Até Maneco Hanssen, responsável pelo Escritório da Reconstrução no Rio Grande do Sul, confirmou participação no jantar de domingo à noite e avisou na última hora que não poderia vir.
A explicação mais lógica para a ausência de representantes do governo federal é a pressão do agro pela renegociação global das dívidas, para pagamento em 20 anos, também conhecida como securitização. O governo diz que a ajuda ao agro está sendo dada com o aumento de recursos do Plano Safra e com outras medidas tomadas à época da enchente e que a demanda dos produtores não cabe no orçamento.
Mudanças climáticas
A enchente de 2024 e as sucessivas ondas de calor registradas no Rio Grande do Sul produziram uma mudança no pensamento do presidente da Farsul, Gedeão Pereira. Ele, que era cético em relação às mudanças climáticas, disse no Gaúcha Atualidade que mudou de ideia.

— Eu não acreditava nas mudanças climáticas, mas agora vimos que elas estão aí. Só não sei se tem alguma coisa que o homem possa fazer para alterar esse quadro.