
O jornalista Paulo Egídio colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço.
Maior partido do Rio Grande do Sul em número de prefeituras, o PP começou a traçar estratégias para as eleições de 2026. Reunião da executiva na última quinta-feira (6) definiu pela criação de uma comissão interna para recrutar concorrentes ao Legislativo e avaliar nomes para a chapa majoritária.
O discurso oficial é de que a legenda terá candidato próprio a governador, sustentado no crescimento registrado na eleição municipal, quando passou de 144 para 164 prefeitos no Estado. No entanto, a ausência de um nome óbvio e as experiências recentes encabeçando chapas dificultam a empreitada.
Presidente estadual do PP, o deputado Covatti Filho diz que antes de lançar um pré-candidato, é preciso ouvir as bases e elaborar um projeto.
—Partido que não pensa grande se apequena. Dos nomes colocados até agora, nenhum tem currículo melhor que o dos nossos deputados estaduais e federais — argumenta Covatti.
Reservadamente, integrantes da legenda admitem que a definição levará em conta as pesquisas disponíveis no ano que vem e que não teria sentido bancar uma candidatura "suicida" caso o PP não tenha um concorrente competitivo.
Ainda sem um pré-candidato para chamar de seu, deputados e dirigentes já começaram a fazer cálculos sobre a eleição e eventuais composições. Enquanto alguns almejam manter o partido na aliança governista, que provavelmente será liderada por Gabriel Souza (MDB), outros preferem uma coligação com o PL e a formação de uma frente de direita.
A aliança com Gabriel esbarra na rivalidade entre PP e MDB no Interior, que remonta o período do regime militar e segue vigente em municípios de diferentes regiões. Deputados governistas, no entanto, argumentam que a briga se tornou menor diante da polarização entre PL e PT.
Por outro lado, a impressão de outra ala da legenda é de que a base partidária, simpatizante do bolsonarismo, teria preferência por uma aliança com o PL, cujo candidato mais provável é Luciano Zucco. Há certo incômodo, no entanto, com a estratégia de Zucco, que opta por uma imposição pública da candidatura em vez de tratativas reservadas.
Com o mandato vencendo em 2026, o senador Luis Carlos Heinze ainda não se lançou publicamente à reeleição. Correligionários acreditam que deseja manter a cadeira no Senado, mas avaliam que não recusaria concorrer à Câmara dos Deputados. Na reunião da executiva, Heinze garantiu que está à disposição do partido para ser candidato em 2026, sem especificar a qual cargo.
Eleição no dia 11
Será no dia 11 de abril a eleição interna do PP para escolher o futuro presidente da Famurs. A data foi acertada na reunião da executiva do partido.
Estão no páreo os prefeitos Volmir Rodrigues (Sapucaia do Sul), Adriane Perin de Oliveira (Nonoai), Schamberlaen Silvestre (Cambará do Sul) e Marcos Corso (Três de Maio).
Votam no pleito os prefeitos e vice-prefeitos progressistas do Rio Grande do Sul. Quem vencer a eleição interna comandará a entidade até a metade de 2026.