O jornalista Henrique Ternus colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço.
Três empréstimos milionários pleiteados pela prefeitura de Porto Alegre receberam aval da Câmara de Vereadores, na quarta-feira (28). Somados, os recursos captados podem chegar a R$ 1,82 bilhão, que serão destinados a programas para melhorar os sistemas de proteção contra enchentes na Capital.
Dois financiamentos estão sendo negociados com bancos internacionais. Junto ao alemão KfW estão sendo pleiteados 100 milhões de euros para serem aplicados em soluções de drenagem dos esgotos, que transbordaram durante a cheia do Guaíba, e melhoria da qualidade ambiental dos Arroios Moinho, Cavalhada e Guabiroba.
Um empréstimo de US$ 160 milhões, captado junto ao Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), será destinado para o sistema de proteção contra cheias e drenagem urbana. O valor será aplicado na revisão, ampliação da capacidade e modernização das estações de bombeamento. Além disso, serão analisadas possíveis melhorias das comportas e diques do sistema.
Na justificativa do projeto, a prefeitura argumenta que "embora as casas de bombas estivessem funcionando plenamente nos dias que antecederam a inundação, entrando em colapso nos dias subsequentes, identificou-se como necessário melhorar, modernizar e atualizar a tecnologia, bem como a sistemática de seu funcionamento".
Quem está coordenando os empréstimos é o secretário de Planejamento e Assuntos Estratégicos, Cezar Schirmer, que projeta o acesso aos recursos a partir de 2025.
— Os projetos de financiamento já estavam encaminhados desde o ano passado, mas agora os trâmites foram acelerados. A partir de terça-feira (3) está programada a vinda (de representantes) do banco alemão. Vamos detalhar as condições, aplicação dos recursos, depois tem que tramitar na Secretaria do Tesouro Nacional e depois vai para o Senado aprovar. O empréstimo é para a prefeitura, não para o governo Melo. A aplicação do recurso começa ano que vem, independentemente de quem ganhar a eleição.
A prefeitura busca ainda empréstimo na Caixa ou no Banco do Brasil para aplicar em medidas mais urgentes a curto prazo. O montante poderá ser utilizado na reconstrução de vias ou sistemas de água e esgoto, assim como escolas e unidades de saúde, por exemplo. Schirmer explica que a linha de crédito ofertada é de até R$ 300 milhões, mas que não necessariamente todo este valor será retirado.
— É como se fosse uma conta que teria disponibilidade de sacar o dinheiro. São até R$ 300 milhões, e a prefeitura negocia o financiamento de acordo com o que for usando.
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