
A colega Juliana Bublitz, colunista de GZH, estava no Mercado Público, na tarde de segunda-feira (31), quando começou o temporal em Porto Alegre. De repente, uma sirene começou a soar no interior do prédio, o que deixou os frequentadores sem entender se era o alarme de incêndio ou algum outro sinal.
Desorientadas, as pessoas que estavam ali ficaram em dúvida se deveriam permanecer no local, para se proteger da tormenta, ou evacuar o prédio, porque poderia haver um princípio de incêndio.
A coluna questionou o presidente da Associação dos Permissionários do Mercado Público de Porto Alegre, Rafael Sartori, sobre o que fez disparar o alerta.
O comerciante explicou que se tratava do sistema de alarme do próprio mercado, que está em fase de testes. São sensores adequados ao novo PPCI.
— Diante de qualquer tipo de variação (no ar), ele dispara, principalmente em caso de fumaça. Acreditamos que o vento trouxe alguns resíduos juntos no ar, como poeira, e os sensores, sensíveis, dispararam — explicou.
Sartori disse que cada loja tem pelo menos um sensor.
A coluna saúda a instalação dos equipamentos. Mas imagem gravada pela Juliana levanta a uma inquietação: muitas pessoas não sabiam o que fazer diante do som do alarme. Um novo passo que precisamos dar, como sociedade gaúcha, cada vez mais exposta aos eventos extremos, é treinamento para situações de emergência.
Outras comunidades, que convivem com guerras ou riscos de tragédias naturais, os moradores sabem exatamente o que fazer diante de um perigo. Em Tel-Aviv, Israel, por exemplo, pessoas têm um minuto para correr para o abrigo quando as sirenes de defesa antiaérea tocam. Em zonas próximas às fronteiras com Gaza e o Líbano, esse tempo cai para 10 segundos.
No Japão, acostumado a terremotos e tsunamis, há treinamentos nas escolas com metas de tempo para evacuação.
Não é exagero pensar que deveríamos começar a nos preocupar com isso.