
O jornalista Vitor Netto colabora com o colunista Rodrigo Lopes, titular deste espaço.
Para aumentar a conscientização sobre o papel que as geleiras, a neve e o gelo desempenham no sistema climático, a Organização das Nações Unidas (ONU) declarou 2025 o Ano Internacional da Preservação das Geleiras.
A entidade também estabeleceu o 21 de março como o Dia Mundial das Geleiras. Nesta sexta-feira (21), é a primeira vez que a data é comemorada.
Em comunicado, a Organização Meteorológica Mundial (OMM) — órgão ligado à ONU — afirmou que a data serve para alertar "que o derretimento acelerado das geleiras corre o risco de desencadear uma avalanche de impactos em cascata nas economias, ecossistemas e comunidades".
Segundo a instituição, cinco dos últimos seis anos registraram o recuo mais rápido das geleiras já observado na história — entre 2022 e 2023, ocorreu a maior perda de massa de geleiras.
Conforme dados da OMM e do Serviço Mundial de Monitoramento de Geleiras (WGMS), atualmente há mais de 275 mil geleiras no mundo, cobrindo cerca de 700 mil quilômetros quadrados. Elas armazenam 70% dos recursos globais de água doce.
Alerta para inundações
De acordo com o órgão, a curto prazo, o derretimento das geleiras aumenta riscos de desastres naturais, como inundações. O comunicado também cita dados do estudo Glacier Mass Balance Intercomparison Exercise (GlaMBIE), que afirma que, entre 2000 e 2023, a perda global de massa das geleiras totalizou 273 bilhões de toneladas de gelo por ano.
Durante esse período, o derretimento contribuiu com 18mm para o aumento global do nível do mar.