
Mais um obstáculo à recuperação. Empresas gaúchas atingidas pela enchente enfrentam o risco de ter seus empréstimos interrompidos ou sofrerem a incidência de juros maiores por não cumprirem o requisito de manutenção ou ampliação do número de empregos. A coluna teve acesso a notificações que já estão sendo enviadas aos empresários pelos bancos repassadores de recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), ligada ao Ministério de Ciência e Tecnologia.
O problema é que várias as companhias, especialmente indústrias, não estão conseguindo contratar funcionários para preencher as vagas, que estão abertas. O baixo desemprego a o número recorde de pessoas trabalhando no Rio Grande do Sul têm provocado este efeito no setor empresarial como um todo. No caso de locais atingidos duramente pelas cheias de 2023 e 2024, houve ainda fuga de mão de obra e falta de moradia para trazer candidatos novos.
— Vemos até uma "canibalização" entre as empresas, que concorrem pelos trabalhadores, tirando funcionários umas das outras — confirma o presidente da Câmara da Indústria, Comércio e Serviços do Vale do Taquari (CIC VT), Ângelo Fontana. — É um descumprimento involuntário por parte dos empresários, precisamos dialogar com governos para achar uma solução rapidamente.
O executivo levará o assunto ainda nesta semana à Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), da qual é vice-presidente, e à Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul), em que é diretor. Segundo ele, tem empresas ainda que enfrentam complicações financeiras com a perda de mercado após três enchentes, como é o caso do próprio Vale do Taquari.
Assista também ao programa Pílulas de Negócios, da coluna Acerto de Contas. Episódio desta semana: gaúcha dribla tarifaço, forno chinês na Serra e demolição de antigo Nacional
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Diogo Duarte (diogo.duarte@zerohora.com.br)
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