Disposto a construir um pacto para atenuar as perdas econômicas geradas pela pandemia, o governador do Maranhão, Flávio Dino, encaminhou ofício ao presidente da República, Jair Bolsonaro, formalizando a intenção. Conforme a coluna informou nesta terça-feira (28), Dino afirma que a pandemia impõe aos governantes desafios de ordem "humanitária, sanitária e econômica sem precedentes".
Em entrevista ao programa Timeline, da Rádio Gaúcha, Dino citou duas possíveis propostas que poderiam ser aplicadas na construção de um pacto junto ao governo federal:
>> Um programa de obras públicas: "Acreditamos que um plano de obras públicas emergencial tem potencial de trazer mais emprego"
>> Dinheiro voltados às micro e pequenas empresas, não como empréstimo, mas como recurso aplicado pelo governo federal: "Cuidando das micro e pequenas empresas você cuida esse ano do emprego, o ano que vem é outro cenário"
Ele justificou, usando como exemplo o setor de bares e restaurantes:
- O que está havendo é uma quebradeira do setor de serviços. Um restaurante que fecha, um setor da economia que se encerra e afeta toda a cadeia econômica. O auxílio emergencial, por exemplo, é paliativo e temporário. Então você tem, numa metáfora, um paciente na UTI (a economia) e você aplica a medida terapêutica, que é o auxílio. Mas é preciso tirar o paciente da UTI. O governo não tentou nada. Veio com um pedacinho da reforma tributária que propõe aumentar imposto, isso está errado. Em outros países, o governo vem inclusive pagando a folha de micro e pequenas empresas. (...) Aqui, vão esperar o caos acontecer, é isso?
Ouça a entrevista completa:
Conforme revelou o portal UOL, Bolsonaro reagiu hoje com ironia à proposta de Dino.
- Tem governador agora que quer que eu faça um pacto pelo emprego. Mas ele continua com o estado dele fechado- disse o presidente durante conversa com apoiadores na saída do Palácio do Alvorada, em Brasília.
À Rádio Gaúcha, Dino afirmou que o presidente está mal informado já que o seu governo vem promovendo a reabertura de setores da economia após viver o pico da pandemia de covid-19. Ele reforçou a necessidade de diálogo entre o presidente e governadores.
- Agora pela manhã ele foi irônico sobre a minha proposta, mas em ele convidando, estarei lá com construtividade. Não transformaria uma reunião com presidente em ringue - respondeu.