Desde sexta-feira (7), 35 artistas de diferentes Estados como Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina trabalham no mural de arte do Centro de Apoio do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) em Passo Fundo, no norte do Estado.
Na tarde deste domingo (9), último dia do Frost Walls Festival de Graffiti, o muro localizado no cruzamento entre as Ruas Paissandú e Coronel Chicuta chamou a atenção de quem passava pelo local. Com cores vibrantes e traços marcantes, os grafites estampam os 150 metros de concreto no centro da cidade.
O objetivo da iniciativa, que nasceu da parceria entre o HSVP e o designer gráfico e grafiteiro Gabriel França de Moura, é poder dar mais visibilidade aos artistas ao mesmo tempo em que se abordam temas importantes como doação de órgãos e tecnologia alinhada à natureza.
— A minha ideia era encontrar um lugar que tivesse um impacto um pouco maior dentro da cidade e também ter essa visibilidade que os artistas tanto buscam. Quando a gente fala da arte do grafite, em especial, os artistas querem ser vistos e é muito legal poder alinhar uma ideia de uma temática que eles possam apresentar a sua visão sobre o tema e estar ali fazendo sua arte — disse Gabriel.
O evento já realizou outras intervenções pela cidade, como na Escola Municipal de Ensino Fundamental Professor Arno Otto Kiehl, Escola Municipal de Ensino Infantil Vovó Nelly e ONG Ajude Mais Um.
Alguns artistas ainda devem seguir finalizando as suas artes durante a próxima semana. Outros, finalizaram o grafite ainda no sábado (8), como é o caso do grafiteiro Racil Saraiva, de São Paulo. Foi através da internet que ele ficou sabendo do festival e decidiu se inscrever. No total, foram 150 inscrições, incluindo de fora do Brasil.
— Nunca tinha vindo para o sul. Gostei muito daqui, ainda mais com a ideia dessa ação. É extremamente necessário a gente se mobilizar para fazer algo em um local que normalmente a gente não presta atenção durante a correria do dia a dia. Isso mexe com o sentimento da pessoa — disse.
O casal Karine e Guilherme Garcia, de Erechim, também participou do festival. Com um estilo de trabalho de letras em 3D, os dois iniciaram a arte na sexta-feira (7) e finalizaram no final da tarde deste domingo (9).
— É um trabalho que leva tempo. A gente estudou e planejou bem. Nós gostamos bastante de fazer letras — conta Karine.
— Eu já trabalho com grafite há 15 anos. Comecei desenhando na escola e hoje é a nossa profissão — afirma Guilherme.
A ação chamou a atenção da Luciana dos Santos e do Júnior Rosa, que passavam pelo local. Moradora da região, a bancária afirma que além de bonito, o espaço serve como palco para os artistas divulgarem as suas obras.
![Tatiana Tramontina / Agência RBS Tatiana Tramontina / Agência RBS](https://www.rbsdirect.com.br/filestore/6/3/4/0/4/1/5_2cf993dbc4cd226/5140436_126dc7567289ad2.jpg?w=700)
— A gente veio e (nós) já aproveitamos para tirar uma foto. Muito bonito. É uma forma de os artistas poderem divulgar o trabalho deles — disse.
Em paralelo ao festival, durante este domingo (9), também aconteceu o evento “Ruas com Arte”, na Escadaria da Rua General Neto, com apresentações de danças, música, skate e feira de arte.