Com a inauguração do Centro Regional de Excelência em Perícias Criminais (Crepec), que ocorre na segunda-feira (21), o Rio Grande do Sul vai se tornar o primeiro Estado a ter um quartel-general de perícias. Com isso, estarão reunidos em um mesmo local — o prédio de 12 mil metros quadrados situado ao lado da Estação Rodoviária — serviços interligados e destinados a garantir a integridade de vestígios coletados em locais de crimes e de ocorrências policiais.
Além de permitir que a prestação de serviços seja otimizada, o centro será usado como referência em estudos e poderá ser acionado para perícias de alta complexidade de toda a região sul do país. Para erguer o Crepec — que tinha como vizinho o prédio-sede da Secretaria de Segurança Pública, implodido este mês depois de ser atingido por incêndio no ano passado — foram investidos R$ 37,9 milhões: R$ 31,7 do governo federal e o restante de contrapartida do executivo estadual.
Vão funcionar dentro do Crepec o Departamento de Criminalística, o Departamento de Perícias Laboratoriais, o Laboratório de Confronto Papiloscópico do Departamento de Identificação (DI), os setores administrativos de cada unidade e a direção-geral do Instituto-Geral de Perícias. O Departamento Médico Legal e o DI, que têm atendimento direto ao público, seguirão funcionando no bairro Azenha.
— Com o novo prédio toda a prestação de serviços do IGP será otimizada e integrada. Além disso, vamos atuar como centro de estudos e em perícias de alta complexidade de toda a região Sul do país — afirma a diretora-Geral do IGP, perita criminal Heloisa Kuser.
Além das instalações modernas e adequadas ao conforto de servidores e à segurança do trabalho, a grande novidade no Crepec será a Central de Custódia, para guarda e controle de vestígios coletados em locais de ocorrência de crimes. Materiais como impressões digitais, sangue, armas, drogas, roupas, entre outros, chegarão ao centro por uma entrada específica.
No momento da entrega, as informações dos pacotes lacrados são inseridas no sistema de controle. Eles ficam armazenados até o momento da análise. Quando isso ocorre, um funcionário identificado vai retirar o pacote do depósito e levá-lo até o setor de perícia. Todas as pessoas que tiverem contato com o pacote lacrado serão identificadas, além, claro, do perito que faz a análise. Ou seja, toda a cadeia por onde passa a prova fica registrada.
— Para a Polícia Civil, o novo centro facilitará o acesso e o encaminhamento das solicitações de perícias, tornando o trabalho mais ágil e organizado, além de promover maior contato entre as diversas áreas periciais. Será um ganho para a investigação criminal — comemora a chefe da Polícia Civil, delegada Nadine Anflor.
No local também funcionaria um museu, com materiais e documentos históricos reunidos ao longo de anos de estudo e trabalho pericial. Só que tudo estava guardado na direção do IGP, que funcionava no prédio da Secretaria de Segurança Pública, e acabou destruído pelo incêndio em 2021. Em 2020, quando visitou o prédio que estava sendo erguido, a reportagem de GZH registrou imagens de parte deste material.
A inauguração ocorre na próxima segunda-feira (21), às 15h.