Grávida do segundo filho, a apresentadora de televisão Eliana, 43 anos, precisou se afastar do trabalho por causa de descolamento de placenta. Descrita como um quadro de emergência obstétrica, a condição ocorre quando o órgão se descola com o bebê ainda dentro do útero - normalmente, a placenta se descola naturalmente após o nascimento do bebê.
Como é responsável pela nutrição do feto e também por sua oxigenação, o problema pode provocar a morte tanto do bebê quanto da mãe em casos de descolamento completo.
– É um evento muito grave quando o descolamento da placenta é completo ou quase completo. Se não for feita a interrupção imediata da gestação, o bebê morre e a mulher corre sério risco de morrer – destaca a chefe do Centro Obstetrício do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Maria Lúcia Oppermann.
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Em uma postagem feita no último domingo nas redes sociais, Eliana disse que segue internada para cuidar da pequena Manuela, com cinco meses de gestação. Na avaliação de Maria Lúcia, o caso da apresentadora deve ser menos grave, afinal, não houve intervenção para retirada do bebê.
Ela acredita que Eliana tenha sofrido um pequeno descolamento, que é quando uma área menor desprega-se da parede uterina. Apesar de não ser tão dramático quanto o descolamento total, o quadro requer internação e cuidados intensivos até que o quadro estabilize ou nascimento ocorra.
– Possivelmente a equipe médica esteja aguardando que o bebê fique mais maduro, de qualquer modo, a evolução pode exigir interrupção de emergência a qualquer momento – avalia a especialista.
Sem causas muito claras, Maria Lúcia cita alguns fatores de risco para a condição: hipertensão e pré-eclâmpsia, tabagismo, alterações de coagulação hereditárias e traumas sobre o abdômen, como em acidentes automobilísticos, por exemplo.
Como é considerada uma condição de muito risco, a paciente deve ficar internada para observação contínua até o momento da interrupção, geralmente por cesariana.