As rodovias da Serra e do Vale do Caí começaram a receber nos últimos dias hastes com câmeras fixadas sobre as pistas. O cenário chama a atenção dos motoristas, mas não se trata de nenhum equipamento de fiscalização. Os dispositivos vão integrar o sistema de detecção e sensoriamento de pista, que irá medir de forma permanente o volume e o comportamento do tráfego.
A instalação dos aparelhos é exigida pelo contrato de concessão das rodovias sob administração da concessionária Caminhos da Serra Gaúcha (CSG). A previsão era de que eles fossem instalados até o fim do 24º mês de concessão, que foi completado exatamente nesta sexta-feira (31).
Além da contagem do fluxo que passa pelos pontos, o chamado Sistema de Análise de Tráfego (SAT) deverá detectar o tipo e o tamanho dos veículos, o intervalo entre eles e a densidade de tráfego em determinado intervalo de tempo. Os dados servirão de base para a definição de ações da concessionária que adequem a infraestrutura ao fluxo. Eles também devem ser enviados periodicamente ao governo do Estado para a fiscalização dos parâmetros de qualidade do serviço previstos na concessão e para auxiliar em políticas de mobilidade.
— Nesse momento estamos fazendo a instalação física dos equipamentos, depois entra a parte de calibragem até que entre realmente em operação. A sinalização vai sendo feita de forma concomitante à instalação — explica o diretor-presidente da CSG, Ricardo Peres.
Para o segundo ano de contrato também estava prevista a implantação do circuito fechado de TV, que deve abranger todos os pontos de concessão. Junto aos dispositivos de detecção e sensoriamento de pista, eles irão formar o sistema de monitoramento de tráfego na rodovia. Embora já haja placas informando que a rodovia é monitorada por câmeras, o serviço completo ainda não foi implantado. Conforme Peres, o cronograma foi impactado pela enchente de maio do ano passado, que obrigou a empresa a concentrar esforços nas ações emergenciais.
Já a instalação de controladores de velocidade também ocorre em 15 pontos das estradas administradas pela concessionária. O contrato exige pelo menos 10 pontos, mas o adicional pode ser removido após as obras de duplicação.
Aparelhos não multam
Ao contrário do que sugerem áudios que circulam por aplicativos de mensagem, as câmeras que fazem a contagem de veículos não serão destinadas à fiscalização de velocidade. As mensagens que viralizaram afirmam que a aferição da velocidade se daria pelo tempo que o motorista levaria para percorrer um trecho entre dois dispositivos.
De acordo com a CSG, "somente os radares e redutores de velocidade podem aplicar multas no momento da passagem, caso o veículo ultrapasse o limite de velocidade permitido naquele local". Essas regras estão presentes nas normas do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), que determinam como deve ocorrer a fiscalização de velocidade no país.
Radares por média de velocidade atualmente existem apenas em rodovias federais do centro do país e estão em caráter experimental, sem aplicação de penalidades.
Local das câmeras de contagem de fluxo
RS-122
- Nos kms 4, 11, 19, 24, 26, 37, 45, 54, 59, 64, 67, 74, 79, 81, 85, 91, 93, 96, 108, 128, 130 e 151, entre São Sebastião do Caí e Ipê
RS-240
- Nos kms 3, 12, 16, 30 e 32, entre São Leopoldo e Montenegro
RS-287
- Nos kms 1, 4, 6 e 14, em Montenegro
RS-446
- Nos kms 0 e 6, entre São Vendelino e Carlos Barbosa
RS-453
- Nos kms 104, 111, 116 e 121, entre Bento Gonçalves e Farroupilha
BR-470
- Nos kms 221, 225, 228, 230 e 232, entre Garibaldi e Carlos Barbosa