Após uma série de reclamações por conta de gosto e cheiro da água em Porto Alegre, o Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) identificou as substâncias responsáveis pelas alterações. Segundo análise feita pelo órgão, foram detectadas as substâncias MIB (metilisoborneol) e de geosmina, que provocam gosto semelhante a terra na água. A divulgação foi feita nesta segunda-feira (20).
A presença dessas substâncias, no entanto, não gera riscos à saúde, pois a água distribuída em Porto Alegre passa por tratamento de desinfecção. Ainda que com alterações, o departamento garante que a água é potável e segura para consumo.
A geosmina é um composto orgânico produzido pela bactéria Streptomyces coelicolor, presente no solo molhado. A segunda substância é um composto químico, produzido por micro-organismos, principalmente cianobactérias. Elas surgem quando há grande carga de esgoto doméstico sendo descarregado nas fontes de captação de água. Ambas causam o odor e gosto alterado.
O diretor-geral do Dmae, Alexandre Garcia, também destacou que os dias quentes aliados aos baixos índices pluviométricos, baixou o nível dos mananciais d'água.
As amostras foram coletadas no dia 10 de dezembro na água bruta e tratada das estações Moinhos de Vento e São João. Esses locais abastecem a zona norte e parte da região central da Capital.
O Dmae informou que aumentou a dosagem de dióxido de cloro nas estações de bombeamento de água brutas Moinhos e São João.
Reclamações
Os Sistemas de Abastecimento de Água (SAA) Moinhos de Vento e São João são os que registraram maior número de reclamações. Desde o dia 9 deste mês, pelo menos 82 ocorrências foram informadas via fone 156 e aplicativo 156+POA, canais que seguem sendo indicados para queixas quanto à qualidade da água, segundo a prefeitura.
Ambos sistemas possuem a captação de água próxima ao cais do porto e foz do Rio Gravataí.