
Em recuperação após passar por uma cirurgia para solucionar problemas de suboclusão e aderências no intestino no domingo (13), o ex-presidente Jair Bolsonaro não apresenta dor e sangramentos, conforme o boletim médico divulgado nesta terça-feira (15).
Conforme a nota divulgada pelo Hospital DF Star, em Brasília, o ex-presidente ainda segue sem previsão para deixar a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e sob recomendação para não receber visitas.
"Mantém estabilidade clínica, sem dor, sangramentos ou outras intercorrências", diz trecho do boletim.
O ex-presidente já começou a fisioterapia respiratória e motora, com uma breve caminhada na própria UTI, conforme vídeo publicado no perfil de Bolsonaro no X:
Como foi a internação
O ex-presidente foi internado na sexta-feira após sentir fortes dores intestinais enquanto cumpria agendas no Nordeste. Na noite de sábado (12), foi transferido do Hospital Rio Grande, em Natal, para o Hospital DF Star, em Brasília, onde constatou-se a persistência do quadro de suboclusão intestinal. A obstrução intestinal impede ou reduz significativamente a passagem de alimentos, líquidos, secreções digestivas e gases pelo intestino.
Cláudio Birolini, cirurgião geral que acompanha Bolsonaro, explicou no sábado que a suboclusão intestinal é comum em pacientes submetidos a várias cirurgias, como é o caso do ex-presidente. Segundo ele, na maioria dos casos, o quadro é revertido com medidas clínicas, como jejum, descompressão gástrica com sonda e hidratação parenteral. Nos episódios anteriores, a recuperação foi rápida. Desta vez, porém, foi necessária uma intervenção cirúrgica para também remover aderências que estavam atrapalhando a mobilidade do órgão.
Conforme Birolini, a decisão pela cirurgia decorreu também diante da elevação dos marcadores de inflamação (PCR) apresentados pelo ex-presidente. O índice saudável é abaixo de um, mas Bolsonaro chegou a atingir 150, informa o cirurgião.
Não foi culpa do pastel com caldo de cana
Em coletiva na segunda-feira (14), Birolini afirma que o quadro atual do ex-presidente ainda é impacto da facada sofrida em 2018. Ele afasta a possibilidade de haver relação com a alimentação de Bolsonaro, ou com "o fato dele comer pastel com caldo de cana".
— Nós não conseguimos identicar nenhum tipo de alimentação que pudesse ter desencadeado o quadro atual. Uma alimentação muito cheia de fibras e salada, casca de fruta, casca de camarão, pipoca, isso pode realmente desencadear um quadro suboclusivo num paciente com predisposição existente. No momento atual, nós não identificamos nada. O fato dele comer pastel com caldo de cana não afeta isso aí.
Recuperação
A equipe médica informou que Bolsonaro deverá utilizar uma cinta abdominal pelos próximos três meses. Birolini afirma que vai tentar "segurar" o ex-presidente, mas reconhece que Bolsonaro tem uma agenda cheia de compromissos e deixou em aberto a possibilidade de viagens.
A expectativa da equipe médica é que o padrão de vida de Jair Bolsonaro seja superior ao pré-operatório, com restrições apenas nestes momentos iniciais de recuperação.
— A expectativa é que ele volte a ter uma padrão de vida melhor, se alimentar melhor. E a nossa expectativa é que seja sem restrições, exceto agora no pós-operatório imediato, nesses próximos três meses que precisa conter a parede abdominal com cinta.