Inesperada e intensa, a chuva de granizo que atingiu Vacaria na tarde da terça-feira (15), deixando 120 casas em cinco bairros danificadas, foi influenciada por características da própria cidade. É o que indica a meteorologista Alana Gabriele, da Climatempo. Segundo ela, questões da geografia local estão entre as causas diretas para a formação do fenômeno.
— Na região temos muitas montanhas, relevo alto, altitude mais alta, então nessas áreas a temperatura é mais baixa. Isso favorece para que essas nuvens que se formem na baixa atmosfera cheguem até a média atmosfera com temperaturas mais baixas. Não é necessário uma nuvem mais profunda, uma nuvem de temporal, por exemplo, para ter queda de granizo — pontua.
Conforme Alana, o granizo localizado, com origem em fatores locais, é um fenômeno de difícil previsão pelos modelos meteorológicos. Por isso, a Climatempo não soube indicar se outros episódios semelhantes voltarão a acontecer.
A Defesa Civil do Rio Grande do Sul também indicou que a previsão desse tipo de fenômeno é complexa. Contudo, como não é algo que ocorre com frequência, quando é registrado, tende a atingir regiões isoladas, como foi o caso de Vacaria, que teve cinco bairros impactados.
Como se forma o granizo
Conhecido como "saraivada de granizo", o fenômeno registrado na cidade dos Campos de Cima da Serra se forma dentro das nuvens que estão sobre regiões de média altitude. No interior da nuvem, correntes de ar intensas fazem com que as gotas da água subam até camadas mais frias da atmosfera, onde congelam e formam as pedras de gelo. Quando essas pedras atingem peso suficiente, caem como granizo.