
Atacante do Flamengo, Bruno Henrique foi indiciado pela Polícia Federal por fraude em competição esportiva. Ele supostamente teria forçado um cartão amarelo em jogo contra o Santos, no Brasileirão de 2023, para beneficiar apostadores. A informação foi publicada inicialmente pelo site Metrópoles.
Junto a ele, outras 10 pessoas também foram indiciadas — todas nesta segunda-feira (15). Segundo o portal ge.globo, além do jogador, estão na lista: Wander Nunes Pinto Júnior, irmão do atleta, Ludymilla Araújo Lima, esposa de Wander, e Poliana Ester Nunes Cardoso, prima do atacante.
De acordo com o Estadão, a Polícia Federal analisou 3.989 conversas no WhatsApp de Bruno Henrique. Foi constatado que muitas dessas mensagens foram apagadas.
Sob investigação
As investigações ocorrem desde agosto do ano passado após operadores de apostas no Brasil relatarem movimentações suspeitas relacionadas ao cartão amarelo que Bruno Henrique tomou no jogo contra o Santos, pela 31ª rodada do Brasileirão de 2023.
Ao todo, três casas de apostas alertaram suposta fraude. Uma delas apontou que 98% de todas as apostas de cartões daquela partida foram direcionadas a Bruno Henrique. Em outra, 95%.
Na ocasião, o atacante foi amarelado nos acréscimos do segundo tempo após fazer uma falta em Soteldo quando o Flamengo já perdia por 2 a 1. Depois, ainda reclamou e foi expulso pelo árbitro Rafael Klein. Ele iniciou o jogo já pendurado.
Conforme as informações publicadas pelo Metrópoles, Wander Nunes Pinto Junior apostou R$ 380,86 e recebeu R$ 1.180,67. A cunhada, Ludymilla Araújo Lima, apostou em duas plataformas. Na primeira, jogou R$ 380,86 e teve um retorno de R$ 1.180,67. Na segunda tentativa, apostou R$ 500,00 e recebeu R$ 1.425,00. Quanto à prima de Bruno Henrique, ela apostou R$ 380,86 e recebeu de volta a mesma quantia.
Manifestação do jogador
— Minha vida e a minha trajetória, desde que comecei a jogar futebol, nunca foram fáceis. Mas Deus sempre esteve comigo. Estou tranquilo em relação a isso, junto com meus advogados, empresários e pessoas que estão nessa batalha comigo. Peço que a justiça seja feita — afirmou sobre as suspeitas, após o título da Copa do Brasil de 2024.
O que disse o STJD
O caso também foi levado ao STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) em agosto de 2024, mas o órgão entendeu que os relatos não eram suficientes para a instauração de um inquérito: "A Procuradoria considerou que o alerta não apontou nenhum indício de proveito econômico do atleta, uma vez que os eventuais lucros das apostas reportados no alerta seriam ínfimos, quando comparados ao salário mensal do jogador".
De acordo com o ge.globo, o procurador-geral do STJD, Paulo Emílio Dantas Nazaré, solicitou à Polícia Federal o compartilhamento do relatório e das provas colhidas durante a investigação.