
A Polícia Federal intimou o ex-ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, para depor na próxima terça-feira (25) no inquérito que o investiga por assédio sexual. O depoimento de Almeida deve ser uma das últimas etapas da investigação antes da entrega do relatório da Polícia Federal (PF). A oitiva será feita por videoconferência.
A defesa de Silvio Almeida havia pedido a prorrogação do depoimento para ter acesso a todo o conteúdo das investigações. A informação foi divulgada pelo portal de notícias UOL. No início da semana, o ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), prorrogou o prazo do inquérito que, por se tratar de assédio sexual, está em sigilo.
O ex-ministro foi demitido do governo Lula em setembro do último ano, após denúncias de assédio sexual reveladas pelo portal Metrópoles e confirmadas pela ONG Me Too. Entre as supostas vítimas, está a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, que já prestou depoimento relatando sobre o que teria sofrido do ex-ministro.
Entrevista de Anielle
Em entrevista ao JR Entrevista, da Record, na última quarta-feira (19), Anielle falou sobre o caso envolvendo o ex-ministro e disse que já fez "o que tinha que fazer".
— Já fiz o meu depoimento. Falei assim que o caso veio à tona que ia colaborar com as investigações, e agora eu sigo, porque eu acho que vale lembrar que, nisso tudo, eu fui a vítima. Não sou eu que tenho que estar ali sendo questionada ou as pessoas vindo perguntar. A mim não cabe mais nada, o que eu tinha que fazer, eu já fiz — afirmou.
Relembre
Silvio Almeida foi demitido do comando da pasta no dia 6 de setembro de 2024, após as denúncias. Ele negou e repudiou os relatos por meio de uma nota oficial e de um vídeo.
Ainda em setembro, Anielle usou as redes sociais para se manifestar sobre o caso. A ministra disse não ser "aceitável relativizar ou diminuir episódios de violência". Ela também pediu respeito ao seu espaço e privacidade, além de afirmar que contribuirá com as apurações sempre que for acionada.