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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi ao Congresso nesta terça-feira (18) para reunião com parlamentares da oposição, onde pediu a análise do projeto de anistia aos acusados de invadir e destruir as sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023. As informações são do g1.
Além disso, Bolsonaro discutiu estratégias de oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O ex-presidente afirmou que, depois das conversas, sentiu que há "maioria favorável" à aprovação do projeto:
— Temos conversado. Há dez dias conversei com o Kassab, conversa reservada. Ele falou já, em parte, o que aconteceu. Hoje o que sinto conversando com parlamentares, como do PSD, a maioria votaria favorável. Acho que, na Câmara, já tem quórum para aprovar a anistia — declarou.
A Câmara e o Senado têm projetos para perdoar condenações criminais dos vândalos que agiram em janeiro de 2023. O texto mais avançado está na Câmara e aguarda análise de uma comissão especial, que ainda não foi instalada.
Esta não é a primeira vez que Bolsonaro pede a parlamentares prioridade sobre o assunto. Desde 2024, o ex-presidente tem mantido conversas com os presidentes da Câmara e do Senado — Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (União-AP) — e com parlamentares aliados.
Almoço com aliados
Os senadores do PL e do Novo se reúnem para um almoço toda terça-feira no Senado, mas desta vez o encontro teve a presença de Bolsonaro. A conversa serviu para traçar estratégias sobre as pautas da oposição.
Na saída da reunião, Bolsonaro respondeu sobre a possível denúncia da PGR e disse que espera agora "ter acesso aos autos", em referência ao processo que corre em sigilo.
— Eu não tenho preocupação com as acusações, zero — disse.
Questionado se teria votos suficientes para também aprovar a sua própria anistia — ele é tanto indiciado pela Polícia Federal por tentativa de golpe quanto condenado à inelegibilidade de oito anos pela Justiça Eleitoral por ataques à democracia —, o ex-presidente respondeu que o seu caso poderia ser resolvido com uma revisão da Lei da Ficha Limpa, e não um projeto de lei para perdoar seus crimes:
— Não é anistia o meu caso. O meu caso é mudar a Lei da Ficha Limpa. Deixa amadurecer um pouquinho mais. O pessoal está entendendo que a Lei da Ficha Limpa é usada para perseguir a direita, só isso — declarou.