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Reunidos na noite de quarta-feira (19) para debater os rumos do PSDB, os tucanos de Porto Alegre decidiram apoiar a fusão do partido com outra sigla, movimento que vem sendo desenhado pela direção nacional. Entretanto, o diretório municipal estabeleceu condicionantes para defender a mudança e, ao mesmo tempo, rejeitou a proposta de incorporação.
Foram horas de discussão no Auditório da Amrigs até que os membros do PSDB da Capital chegassem a uma carta de posições. No documento, o diretório declara apoio à fusão, que vem sendo articulada pelo presidente nacional, Marconi Perillo.
Até então, a negociação mais avançada era com o PSD, que esfriou. O partido mantém conversas com MDB, Republicanos e Podemos, com quem o namoro se intensificou nos últimos dias.
Apesar do apoio, os tucanos porto-alegrenses estabeleceram alguns requisitos às siglas para se manterem ao lado do pleito:
- Acolherem o nome de Eduardo Leite como pré-candidato à Presidência;
- Saírem da base de apoio de Lula (tanto PSD quanto MDB têm ministros no governo federal);
- Não se comprometerem com candidaturas das alas chamadas de "lulopetismo" e "bolsonarismo".
O debate sobre o futuro do partido foi embasado por manifestações, em vídeo, de Perillo, Leite, do deputado federal Aécio Neves e da presidente estadual da legenda, Paula Mascarenhas.
— Foi um momento de ouvir e debater o futuro do nosso partido. Saímos com as esperanças renovadas. Temos o compromisso de construir alternativas para o Brasil e não fugiremos dessa responsabilidade — afirmou o presidente municipal do PSDB, vereador Moisés Barboza.
A ideia do presidente nacional é ter uma decisão sobre o futuro do partido até o mês de março. Em entrevista à CNN nesta quarta, Perillo afirmou que a ideia de incorporação está descartada porque "não pegou bem dentro do partido". Além disso, ele lembrou que uma fusão envolve também o debate sobre nome, número e símbolo, que são coisas caras para o PSDB, especialmente para a ala de tucanos mais saudosistas que não querem ver o partido acabar.