Há pelo menos dois invernos, a torcida pelo frio deixou de ser a única alternativa de vendas para as malharias da Serra. De olho em um mercado de consumo que não dependesse tanto das baixas temperaturas, mas perdurasse o ano todo, empresas do ramo têm apostado em malhas mais leves, que podem ser usadas em diferentes estações. Com a queda nos pedidos na ordem de 20% a 30%, as malharias esperam pelo frio e pela chegada ds consumidores.
As coleções, que antes davam prioridade a peças pesadas, de cores neutras, agora dão espaço à mistura de tecidos, estampas e cores, em malhas cada vez mais versáteis. Essa mudança de perfil de produção pode ter sido motivada, em parte, pela inconstância climática, mas também responde a uma necessidade do consumidor.
Segundo o presidente do Sindicato das Indústrias de Fiação, Tecelagem e Malharias da Região Nordeste (Fitemasul), Carlos Graça Araújo, os maiores compradores das malhas de fios leves são as grandes lojas de rede.
- Os magazines querem se livrar de todo estoque a cada estação, então eles procuram uma malha mais leve, com no máximo um fio. Entre 10 modelos, no máximo dois são de malha com mais de um fio - explica o dirigente.
Quando a procura é por malhas mais pesadas, o frio é fator determinante para movimentar o comércio, principalmente para quem trabalha com produtos à pronta-entrega. Em Farroupilha, cidade onde há pelo menos 273 malharias, grande parte da produção é voltada ao atacado.
Em Nova Petrópolis, que também é conhecida pela produção de malhas, o Festimalha movimenta as 76 unidades fabris da cidade. Na edição deste ano, de 9 de maio a 9 de junho, os expositores querem mostrar que a aposta em malhas de qualidade é o caminho para manter as vendas aquecidas.
No Pioneiro desta terça-feira, saiba como as malharias driblam a concorrência da China e investem cada vez mais em inovação
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