
Duas das prioridades apontadas pelo novo titular Secretaria Estadual de Agricultura, Edivilson Brum, estão diretamente relacionadas ao clima. O avanço da área irrigada e a solução para o endividamento dos produtores, após cinco safras frustradas. Confira trechos da entrevista à coluna — a conversa completa vai ao ar no Campo e Lavoura da Rádio Gaúcha deste domingo, às 6h.
Como fazer a irrigação avançar no Estado?
O governador Eduardo Leite determinou a irrigação como prioridade número 1. Temos em aberto o projeto que o produtor pode receber até R$ 100 mil do Estado (em subsídio). Quais são os motivos pelos quais temos menos de 4% da lavoura de soja irrigada? Primeiro, pela pela questão cultural. Temos de ver a questão de financiamento, o custo, que também pode ser um dos gargalos. O ex-presidente da Famurs, Paulinho Salerno, assumiu a subsecretaria (de Irrigação, criada agora), já fizemos reuniões aqui, lá na Secretaria da Agricultura.
Por que ter uma subsecretaria para tratar do tema?
Temos vários projetos, estudos em diferentes setores, não só da Secretaria da Agricultura, mas de outros órgãos ligados ao governo. Então, o governo acredita que criando a subsecretaria reúne todos os projetos, inclusive do próprio FUNRIGS, do Plano de Recuperação do Estado. Fica concentrado na Secretaria da Agricultura, sob uma liderança, para que o trabalho seja tocado com a eficiência e aceleridade que requer. Não podemos mais ficar à mercê das questões climáticas. Temos um desafio muito grande, porque cada vez mais os efeitos climáticos serão frequentes e temos de nos preparar para isso. As últimas cinco safras foram frustradas. Tivemos uma cheia, mas quatro secas, ou seja, não podemos mais ficar de braços cruzados diante desses desafios.
Outro foco da gestão deve ser a questão da dívidas de produtores...
Temos essa grande dificuldade do endividamento dos produtores, que está tentando se renegociar. No Congresso Nacional tem duas propostas, uma na Câmara e um no Senado, e o governo do Estado também chamou todos os atores, entidades, parlamentares para apresentar uma alternativa, que seria buscar um recurso no fundo social para quitar essas dívidas e depois vai se devolvendo este recurso. Porque de nada adiantará fazer um grande projeto de irrigação se os produtores não tiverem acesso ao crédito, se estiverem negativados. A perspectiva nossa é de sensibilizar o governo, especialmente a equipe econômica, por isso o governador estará na terça-feira com o ministro Haddad (há uma agenda marcada para terça-feira, dia 15).