
Antes da partida entre Inter e Atlético Nacional, pela Libertadores, três torcedores da equipe colombiana foram detidos no Beira-Rio quando tentavam entrar com facas e canivetes dentro dos tênis.
Entre eles estava John Jairo Soto Ospina, conhecido como "El Gordo Soto", um torcedor dos verdolagas com um histórico criminal significativo.
Gordo Soto foi condenado a 34 anos e 10 meses de prisão por homicídio agravado. Em 2015, quando tinha 18 anos, ele assassinou um menor de idade, de 15 anos, por ser torcedor do América de Cali. O crime ocorreu em uma via pública no bairro Buenos Aires Plano, em Armenia, na Colômbia.
A decisão foi em primeira instância. Inicialmente, uma suspensão da pena foi negada. No entanto, não há notícia de uma atualização do caso. Muito menos de uma permissão para o homem sair da Colômbia.
Soto e os outros torcedores do Atlético Nacional — Alejandro Avalos Zapata e Victor Manuel Velazquez Cartagena — assinaram termo circunstanciado no Jecrim do Beira-Rio e depois foram liberados.
“A todos foi oferecida pelo Ministério Público proposta de transação penal consistente na proibição de comparecer a jogos do Atlético Nacional pela competição no Brasil este ano. A oferta foi aceita pelos envolvidos e os acordos homologados pela magistrada. A CONMEBOL, entidade organizadora da Libertadores, e o Esporte Clube Bahia, que também receberá o clube colombiano, deverão ser informados sobre a situação dos torcedores”, informou o MP em nota.

Segundo a Polícia Federal, "o controle migratório na entrada e saída do Brasil é obrigatório". No entanto, a PF afirma que não tem conhecimento do caso até o momento.
Este fato, porém, não está relacionado ao confronto entre torcedores do Atlético Nacional depois da partida, na Cidade Baixa, que resultou na morte de um homem e deixou outro em estado grave.
O crime e a condenação
Conforme o portal Seguimiento, da Colômbia, Gordo Soto assassinou um menor a tiros. A poucos metros da confusão estava o irmão do menor, que ouviu os tiros. "Eu vou te entregar seu irmão", foram as palavras do agressor após atirar no jovem.
Essa frase, proferida por Gordo Soto, mais tarde se tornaria uma peça-chave para que o Quinto Tribunal Criminal com Funções de Investigação da Armênia trouxesse justiça quase cinco anos depois.
Segundo o jornal El Espectador, também da Colômbia, a investigação foi acompanhada pelo depoimento de uma mulher que relatou o que testemunhou no dia do crime. "Soto estava rindo muito", ela disse. "Eu matei aquele chinês antes que ele chegasse na minha frente", é o relato da mulher sobre como o agressor admitiu sua responsabilidade pelo assassinato.
Após analisar os depoimentos apresentados pelo Ministério Público, o juiz da causa acolheu os argumentos e considerou Gordo Soto autor dos crimes de homicídio qualificado e sucessivo com porte ilegal de arma de fogo, tendo-lhe sido negada a suspensão condicional da pena.