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Calma, caro leitor. Eu sei que aquilo que você está prestes a ler é algo de extrema loucura e descabimento total. Sendo assim, peço que não se assuste, por favor. Aos amigos e familiares que estiverem lendo esta crônica, confirmo que estou bem. Nenhum descontrole, temperamento desregular ou qualquer sintoma que queiram atribuir. Apesar do baque da notícia, continuo em pé. Ah, sim, lá vai: eu excluí o meu Facebook.
Pareceu dia seguinte ao meu próprio enterro sendo que eu sobrevivi. Estava no supermercado quando encontrei uma amiga de longa data e ela paralisou. Ao me ver ali, carrinho frente a frente, o seu rosto não ficou branco como quem vê assombração, e sim avermelhado. "Você me excluiu do seu Facebook?", ela perguntou com certa vergonha, mas ao mesmo tempo com tom de acusação.
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Explicar que você não existe mais em alguma rede social é como morar na Flórida e nunca ter ido à Disney. É como morar em Caxias do Sul e nem saber o que é Festa da Uva. Estar ausente/ocupado/offline virou algo grave. Ninguém quer saber disso – estar indisponível. Responde aí: quem é que nunca olhou virado para alguém que disse não ter Facebook? Deus nos livre estarmos ausentes há mais de três horas no WhatsApp. Suicídio social total!
E sabe que até mesmo a gente se assusta? Esses dias, em tempos de pausa do mundo online, fiquei sabendo de uma notícia por primeiro na televisão. Apesar da sensação de alienação logo no começo, com o tempo aprendi que não precisamos estar estupidamente abastecidos de nada que for irrelevante, e sim de conteúdo. No meu momento de persona desconectada, as frases de humor continuaram sendo postadas pelos meus tios, os vídeos fofos que as minhas tias sempre publicam não deixaram de ser compartilhados, e os meus amigos continuaram fazendo check in na balada. Em resumo, a vida no planeta Facebook continuou.
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Aqui fora, a rotina no mundo dos excluídos sociais seguiu tranquila. Eu até que me assustei quando me peguei livre e fui verificar as notificações do celular. Nada na tela. Então decidi aproveitar o tempo para fazer qualquer outra coisa. Assei um bolo, assisti a um filme, escrevi e li um pouco. Não compartilhei as ações porque estive ocupado demais pensando como é engraçado ser um excluído social quando se está, de fato, vivendo a vida social real. E é triste olhar para o lado e ver que poucos estão nela para que possamos... Compartilhar.
OBS: Até o fechamento desta crônica, continuo sobrevivendo sem a ajuda de aparelhos. O mundo pós-Facebook existe, e todo mundo deveria tentar alguma vez.