Por Susana Kakuta, Diretora-geral de Sesi-RS, Senai-RS e Instituto Euvaldo Lodi-RS (IEL-RS)
Um estudo anual da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) revela que apenas 11% dos jovens brasileiros de 15 a 24 anos escolhem uma formação técnico-profissional. Em contrapartida, nos países desenvolvidos, 37% dos jovens de 15 a 19 anos e 65% dos de 20 a 24 anos optam por esse caminho. Essa discrepância não apenas evidencia uma cultura de desvalorização da educação profissional no Brasil, mas também limita as oportunidades de emprego e crescimento que nossos jovens poderiam conquistar.
O cenário é alarmante, especialmente considerando as projeções do Mapa do Trabalho Industrial 2025-2027, que indica que o Brasil precisará qualificar 14 milhões de pessoas para ocupações industriais nos próximos quatro anos. Dentre esses, 2,2 milhões necessitam de formação inicial para repor forças de trabalho inativas, enquanto 11,8 milhões precisarão de atualizações e treinamento. Sem uma formação profissional adequada, muitos jovens e adultos ficarão de fora desse mercado em expansão.
O Brasil precisará qualificar 14 milhões de pessoas para ocupações industriais
A relevância desta formação é ainda mais evidente nos dados de acompanhamento dos alunos egressos do Senai entre 2022 e 2024, que mostram um crescimento profissional significativo após a conclusão de seus cursos. Aqueles que participaram de programas de aprendizagem industrial, por exemplo, viram um aumento de 101% em seus salários, enquanto formados em cursos técnicos de nível médio registraram um aumento de 25%.
Além do sucesso na busca pela qualificação profissional, esses números mostram também a importância dessa camada de ensino para a sustentabilidade e o crescimento da economia brasileira.
Neste contexto, a unificação das gestões de Senai, Sesi e IEL no Estado representa não apenas uma mudança administrativa proposta pelo Sistema Fiergs, mas um compromisso que assumo com a preparação da força de trabalho, a inovação, a competitividade industrial e o bem-estar do trabalhador e de suas famílias. Enfim, uma educação orientada à geração de PIB no Rio Grande do Sul. Convido a todos a embarcarem comigo nesta jornada desafiadora.