
A Polícia Civil encontrou a jovem de 18 anos que estava desaparecida desde a manhã de segunda-feira (17). De acordo com a investigação, Thaila Jacinto Alves da Silva é moradora da zona sul de Porto Alegre e teria saído de casa, por volta de 6h40min, para ir à aula, mas não foi mais vista nem chegou ao colégio.
— Localizamos ela no RJ e depois a interceptamos no ônibus, voltando, na estrada. Abordaram ela em Torres e trouxeram para Porto Alegre — explicou o chefe da Polícia Civil do RS, delegado Fernando Sodré.
Em coletiva à imprensa nesta manhã, a equipe da Delegacia de Investigação de Pessoas Desaparecidas (DPID) do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), detalhou o caso. Segundo a polícia, a ocorrência do desaparecimento foi registrada um dia após Thaila sumir, na terça-feira (18).
Depois disso, a polícia passou a realizar buscas pela jovem e conseguiu descobrir que ela estava no Rio de Janeiro. Thaila embarcou, conforme a investigação, por vontade própria num ônibus em Porto Alegre. Inicialmente, segundo a delegada Marcela Ehler, ela planejava ir a Balneário Camboriú (SC), mas depois decidiu seguir viagem até o Rio de Janeiro.
— Ela chega ao Rio de Janeiro, ainda no dia 18, permanece cerca de 24 horas por lá e na tarde do dia 19 ela decide retornar ao Rio Grande do Sul — explicou a delegada.
Segundo a polícia, a jovem viajou sozinha, e pagou as passagens com dinheiro próprio. Para auxiliar no caso, a Polícia Civil gaúcha acionou as polícias do Rio de Janeiro e Santa Catarina. Na quinta-feira (20), os policiais passaram a monitorar o ônibus onde ela estava. O veículo foi abordado, com auxílio da Polícia Rodoviária Federal (PRF), na divisa entre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Foi quando os policiais conseguiram finalmente ter contato com Thaila. A jovem relatou que ela mesma retirou o chip do celular, para não atender as ligações e tentativas de contato.
— Ela esclareceu que a viagem foi uma decisão pessoal dela, para afastamento do convívio familiar — explicou o diretor do DHPP, delegado Mario Souza.
Questionada pelos policiais, Thaila disse que queria retornar para Porto Alegre. Ela foi conduzida pela polícia até um posto de saúde, para avaliação médica, em razão de ter ficado debilitada durante a viagem. Ainda no início da madrugada, a jovem se reencontrou com a mãe.
— Ela é uma jovem, mas é adulta, tem 18 anos. Tem todo o livre arbítrio para transitar onde quiser. Cabe à delegacia de desaparecidos localizar a pessoa, mas, neste, caso, ela solicitou o transporte de volta, então conduzimos ela até Porto Alegre — afirmou.
Segundo a polícia, ficou esclarecido que a jovem não foi vítima de nenhum tipo de crime e que deixou Porto Alegre por decisão própria.
— Tínhamos que verificar se havia crime ou não. O DHPP considerou o caso como prioridade, como são todos os casos de desaparecidos. Temos um protocolo muito sério. É um trabalho que demanda energia enorme, porque envolve possibilidade de crime e também a vida privada das pessoas. É importante que as famílias, amigos, registrem a ocorrência policial para que possamos agir — disse Souza.
Dois dias sem comer
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Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), ela teria dito aos inspetores que viajou ao Rio de Janeiro em busca de trabalho, mas acabou desistindo. Relatou ainda que não havia se alimentado nos últimos dois dias. A jovem foi encaminhada para atendimento médico no pronto atendimento de Torres e, em seguida, para o reencontro com seus familiares.
Como foi o desaparecimento
Thaila teria saído de casa, por volta de 6h40min de segunda-feira (17), para ir à aula, mas não foi mais vista nem chegou ao colégio.
Era o primeiro dia do ano letivo. Conforme familiares, a estudante deveria ter pego um ônibus em frente à casa onde mora e um outro coletivo para chegar até a escola, localizada no bairro Azenha.
Familiares, amigos e conhecidos já prestaram depoimento. A polícia também obteve imagens das câmeras de segurança dos ônibus em que Thaila esteve.
— Eu não vi nem a roupa que ela estava vestindo. Lá pelas 14h (de segunda-feira), mandei uma mensagem para ela, de novo. Ela não respondeu. Ela não fez postagem, e ela posta tudo: o que come, com quem está. Já causou uma estranheza — disse Juliana Jacinto da Silva, mãe da jovem.
O caso foi conduzido pela Delegacia de Pessoas Desaparecidas de Porto Alegre, sob responsabilidade equipe da delegada Marcela Ehler.