Durante meses, integrantes das instituições judaicas de Porto Alegre se reúnem para organizar a campanha do agasalho, que destina tudo o que é arrecadado para o município de Porto Alegre.
Motivados pelo cumprimento de preceitos e mandamentos que emanam da Torá – Lei de Moisés –, voluntários de movimentos juvenis, instituições de damas, clubes, sinagogas e colégio recebem o apoio da Federação Israelita para tornar a jornada um sucesso.
Campanhas de imprensa motivam a população da cidade a doar agasalhos. A própria comunidade judaica, nas suas instituições, durante os meses prévios, arrecada os agasalhos.
No domingo, 5 de junho, muitas pessoas que trabalham durante toda a semana dedicaram muitas horas do seu dia para ajudar aos mais necessitados e desprotegidos da sociedade.
Acordaram cedo, rodaram a cidade nas carcaças de caminhões da prefeitura, enfrentaram frio, carregaram as roupas, selecionaram-nas, separaram e classificaram por tamanho.
O objetivo da campanha de 2016 era superar as 27 mil peças de roupa arrecadadas no ano anterior.
No final da jornada, todos os que participaram da campanha do agasalho ficaram empolgados e satisfeitos com o resultado. As notícias davam conta de 45 mil peças arrecadadas.
Todos foram dormir felizes, mas a alegria durou pouco. Na quarta-feira, uma ocorrência policial registrava que 10 mil peças da campanha Iom Mitzvá da comunidade judaica foram furtadas do Clube Hebraica.
Senti uma terrível decepção, porque o que foi roubado simboliza a solidariedade do porto-alegrense, foi roubada a intenção de ajudar ao nosso próximo, foi roubado o nosso trabalho e dedicação, foi roubado o trabalho voluntário de jovens, adultos e velhos em prol de um irmão necessitado. Há muito tempo nos foi roubada a segurança em Porto Alegre.