Com pegada erótica, o filme 365 dni está entre os mais assistidos da Netflix nas últimas semanas. A produção polonesa segue a linha soft porn, a mesma do sucesso Cinquenta Tons de Cinza, e está dando o que falar nas redes sociais.
Segundo parte do público e da crítica especializada, o enredo estaria romantizando uma relação abusiva. Por outro lado, há uma parcela das espectadoras que diz "desejar estar na pele da personagem", sob justificativa de que tudo não passa de uma fantasia sexual.
Para saber a opinião de mulheres sobre o filme, Donna questionou suas leitoras no Grupo da Beleza Donna no Facebook. Confira abaixo cinco depoimentos com impressões femininas sobre a produção.
"Os atores são incríveis. As cenas de sexo são muito bem feitas. Acho que romantiza um relacionamento abusivo. Imagine alguém que você nunca viu na vida te raptando e te obrigando a se apaixonar por você. Na minha concepção, esse "pequeno" detalhe só passou batido porque o ator é extremamente atraente. Além disso, mesmo depois do rapto, ele sempre demonstra esse sentimento de posse sobre ela. Para mim, é clara a Síndrome de Estocolmo, principalmente porque a moça era alguém frustrada sexualmente (com o parceiro, não sozinha) e emocionalmente, pois não tinha atenção dele. Ainda assim, se você tirar tudo isso e esquecer, você vai ter um romance hot estilo fanfic do Wattpad, só que aquelas mal escritas".
Yasmin Pereira Flores, 20 anos, de Porto Alegre
"Achei um clichê eterno. Me irrita essa relação morde e assopra, acho isso imaturo e chato! Fora que era um rapto, acho um absurdo hoje as pessoas ainda romantizarem isso... Mas, para quem nos anos 1980 e 1990 lia as revistinhas Bianca, Bruna e Sabrina, foi um flashback. Argumento e enredo fraco. Mas não dá para negar que um atrativo foi o protagonista, que homem lindo e sexy! De qualquer forma, mesmo sendo ele, odiaria ser obrigada a fazer alguma coisa".
Adriana Osório, 48 anos, de Porto Alegre
"O roteiro é péssimo, filme fraco. Eu não dou muita bola para a questão do 'relacionamento abusivo' porque assisto pensando no filme como uma ficção. Mas, se fosse real, seria absurdamente abusivo! As cenas soft porn são interessantes, melhor que as de Cinquenta Tons de Cinza, na minha opinião. Mulher gosta, sim, de pornô, e gosta de homem com pegada. Mas ainda não encontrei um filme que tenha isso, aliado a um roteiro realmente bom."
Gabriela Flores, 36 anos, de São Sebastião do Caí
"O que gostei: Laura é uma mulher real que consegue se satisfazer só com o brinquedinho dela, o vibrador. Mulher também gosta de homem bem cuidado e com pegada. O ator principal é lindo! A trilha sonora é bem legal para fazer um clima. Estimulou muito o imaginário feminino. E mulher gosta de pornô, sim! Mas, precisa de uma história. O que não gostei: o roteiro é bem fraco. O que o homem sente pela mulher é obsessão, não paixão. Há cenas de relação sem consentimento, sim, e a romantização do sequestro e do cárcere privado. É uma relação abusiva! Se as pessoas souberem separar a fantasia do filme do erro na romantização de um relacionamento abusivo, serve pela diversão. E só".
Zizi Hentges, 38 anos, de Novo Hamburgo
"Achei o roteiro, o enredo e o filme ruins, tem furos e não prende. O ator ser bonito e as cenas de sexo fazem as mulheres criarem seu imaginário. É um filme que, sim, romantiza a obsessão que leva muitas vezes a finais trágicos na vida real. É romantização de sequestro, estupro (sexo não consentido) e vários tipos de abusos. Esse tipo de filme que faz com que essa cultura continue existindo e sendo normalizada. Dá para assistir pela diversão, separando e entendendo o que está errado e que você não precisa ser abusada para ter um cara legal".
Faheana Thonnigs, 28 anos, estudante de Novo Hamburgo