
"Meu prezado general, com licença". A frase dita pelo capitão Jair Bolsonaro ao seu vice, general Hamilton Mourão, vem sendo equivocadamente incluída na categoria "humor e descontração".
Ela foi pronunciada em público, no parlatório do Palácio do Planalto, e antecedeu o discurso de Bolsonaro. Gerou risos, mas foi muito mais do que uma piada. O pedido de licença embute um recado direto. O capitão deixou claro, para dentro e para fora do governo, que as hierarquias civis e militares são diferentes.
A densidade militar no governo Bolsonaro é significativa, com a presença de generais e de outros oficiais. Ali, quem manda é o presidente. Mas ao pedir licença ao general para falar, Bolsonaro traçou uma linha clara, fundamental e necessária entre os dois mundos que, a partir de hoje, enfrentarão o desafio de coabitar em Brasília e nos quarteis espalhados por todo o Brasil.