A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.

Do volume colhido ao preço pago, a safra de tomate está "no ponto" para o produtor no Rio Grande do Sul. Nas propriedades, a colheita tem sido farta. A Emater projeta uma produção 10% maior neste ano, com 90 mil toneladas. No mercado, o preço, remunerador aos produtores e mais salgado aos consumidores.
É uma combinação que vem do campo, de condições climáticas favoráveis à ampliação de investimentos "dentro da porteira", que ajudam a explicar o resultado positivo para o setor.
— O período mais seco acabou ajudando o tomate, já que muitos produtores têm implementado estufas e irrigação nos cultivos. Com a falta de chuva, houve menos registro de doenças fúngicas, pela menor umidade — explicou Gervásio Paulus, coordenador estadual de olericultura da Emater.
Coordenador do Centro de Treinamento de Agricultores de Teutônia da Emater, Maicon Berwanger pondera, no entanto, o efeito do calorão de janeiro e fevereiro na região dos vales:
— Diferentemente da Serra (onde se concentra o cultivo no Estado), os vales têm menor produção e tecnologia e já começam a acumular prejuízos com a redução de safra.
Com relação ao preço, continua Paulus, é a lógica do prolongamento da safra que explica o cenário:
— O produtor que conseguiu prolongar um pouco mais a safra normal conseguiu uma média de preços mais favorável.
Nas Centrais de Abastecimento do Rio Grande do Sul (Ceasa/RS) de Porto Alegre, o preço do quilo do tomate longa vida mais encontrado no complexo foi de R$ 8,00 na segunda-feira (31). Em comparação ao mesmo período do mês passado, representa uma alta de 130%. Já na relação com o ano anterior, a valorização chega a 70%.
— O produtor que conseguiu prolongar um pouco mais a safra normal consegue uma média de preços mais favorável — analisa ainda o coordenador de olerícolas da Emater.
Mais sobre a safra de tomate
- O Rio Grande do Sul cultiva as variedades tomate gaúcho, grape ou cereja, italiano e longa vida
- No entanto, 60% da produção gaúcha é do tipo longa vida
- A colheita começa em novembro e se estende até abril
- A partir de abril, o Estado passa ser abastecido por outros Estados, como São Paulo, Minas Gerais e Goiás
- É o período de entressafra da fruta em território gaúcho, e a produção estadual cai em 50%