
O Bahia está de volta à fase de grupos da Libertadores após 36 anos. Na sua última participação, em 1989, foi eliminado justamente pelo Inter, seu adversário na estreia do torneio, nesta quinta-feira (3).
Conforme o clube, cerca de 35 mil ingressos já haviam sido vendidos até a noite de segunda-feira (31), três dias antes do jogo na Arena Fonte Nova, previsto para 19h. A estimativa do Bahia para o confronto é de público máximo, próximo a 50 mil pessoas.
Consultado pela reportagem de Zero Hora, o jornalista Marcos Valença, da Rádio Sociedade, que acompanha o Bahia, falou sobre o clima da torcida baiana para a partida.
— A expectativa é grande por esse retorno à Libertadores e ainda mais com a possibilidade da reedição do último jogo do time na competição, que foi contra o Inter — contou e completou:
— Acreditam que o Inter é uma dificuldade grande.
Como foi em 1989?

Bahia e Inter, campeão e vice do Campeonato Brasileiro de 1988, representaram o Brasil na Libertadores no ano seguinte — curiosamente eles estrearam no torneio apenas dois dias depois da decisão do Brasileirão, que terminou em fevereiro de 1989.
Na época, o regulamento da Conmebol colocava os times do mesmo país na mesma chave. Portanto, os times, finalistas do torneio nacional, voltaram a se enfrentar, desta vez na competição continental.
Pela fase de grupos, o tricolor baiano levou a melhor e venceu o Colorado nos dois confrontos: por 2 a 1, em Porto Alegre, e 1 a 0, em Salvador.
Revanche colorada

O Colorado conseguiu se classificar ao mata-mata como terceiro colocado da chave e iniciou sua reação. Após golear o Peñarol, reencontrou o Bahia, que tinha eliminado o Universitario-PER.
Esta foi a vez do Inter levar a melhor. Diego Aguirre marcou o único gol do mata-mata. Foi 1 a 0 no Beira-Rio e 0 a 0 na Fonte Nova, em um gramado alagado por uma chuvarada que caiu em Salvador — o Bahia e seus torcedores, inclusive, identificam o jogo como "aquele que não deveria ter acontecido", por conta da chuva intensa.
Bahia quer dar o troco?
Passaram-se 36 anos. O palco é o mesmo — mais moderno, claro. O Bahia, que tinha um grande time na época, volta a ganhar os holofotes do continente logo diante de seu algoz na principal competição sul-americana.
A expectativa da torcida, conforme fontes consultada por Zero Hora, está mais no retorno do clube à Libertadores e pensando numa classificação ao mata-mata do que no jogo contra o Inter em si.
— Sentimento de "revanche" não tem. Torcedor encara como uma grande oportunidade de desfrutar o clube de volta à competição e acredita na classificação. Mas o confronto em si sempre é marcante por todo o contexto histórico — disse Antônio Neto, torcedor e funcionário do Bahia, que ainda completou:
— Talvez a única "mágoa" seja por conta do jogo que não deveria ter acontecido na Fonte Nova, nas quartas de final de 1989, quando alagou o gramado e Arnaldo Cezar Coelho (árbitro da partida) bateu pé firme que iria ter jogo.
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Produção: Leo Bender