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A Netflix adicionou a seu menu Gladiador (Gladiator, 2000), épico que venceu o Oscar em cinco categorias — melhor filme, ator (Russell Crowe), figurinos, som e efeitos visuais — e disputou outras sete: direção (Ridley Scott), ator coadjuvante (Joaquin Phoenix), roteiro original, fotografia, edição, direção de arte e trilha sonora.
Foi também um sucesso de público, ao arrecadar US$ 460,5 milhões. No ranking mundial das bilheterias daquela temporada, só ficou atrás de Missão: Impossível 2, que faturou US$ 546,3 milhões.
Na trama, o personagem vivido por Russell Crowe é um fictício general romano, Maximus Decimus Meridius, que, a serviço do imperador Marco Aurélio (Richard Harris), comanda uma vitoriosa batalha contra as tribos germânicas. Quando Marco Aurélio morre, é sucedido por seu filho, o incapaz, mas maquiavélico Commodus (Joaquin Phoenix). Maximus, então, acaba virando escravo e depois gladiador. No Coliseu, chega a enfrentar um tigre — que era de verdade, e não gerado por computação gráfica.
O filme revitalizou os épicos históricos de Hollywood, abrindo caminho para títulos como O Último Samurai (2003), Alexandre (2004), Troia (2004) e Cruzada (2005) _ este, do próprio Scott, um entusiasta do gênero (vide 1492: A Conquista do Paraíso e Napoleão). Gladiador conseguiu um notável equilíbrio entre o drama político e as cenas de ação. Se a orquestração visual da batalha na fronteira da Germânia, na abertura, arrebata o espectador, o momento em que Commodus lê uma história para seu sobrinho, o menino Lucius, provoca calafrios: de forma dissimulada, o soberano pusilânime alerta sua irmã, Lucilla, de que sabe sobre a conspiração para derrubá-lo e ameaça matar o filho dela.
Os roteiristas estavam tão inspirados, que cunharam frases imortalizadas, como "Ao meu sinal, libertem o inferno" e "O que fazemos em vida ecoa na eternidade". Não por acaso, Gladiador virou alvo da onda nostálgica que anda banhando Hollywood: no ano passado, Ridley Scott lançou uma continuação, Gladiador II, estrelada por Paul Mescal, Denzel Washington e Pedro Pascal.
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A sequência recebeu mais polegares para baixo do que para cima. Nas bilheterias, mal superou a quantia arrecadada pelo original (fez US$ 461,8 milhões). No Oscar, só concorre ao prêmio de melhor figurino.
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