
Os resultados eleitorais recentes mostram um padrão: governos de países que mais investiram recursos financeiros na Ucrânia, na guerra contra a Rússia, pagaram um preço alto com derrota nas urnas.
O exemplo mais recente é a Alemanha, onde, no domingo (23), a centro-esquerda do chanceler Olaf Shcolz sofreu uma derrota histórica, a maior desde 1949. Perdeu a eleição legislativa para os conservadores, que voltam ao poder, e para a extrema direita da AfD.
Esse punição no voto pela opinião pública já havia sido sentida pelo Partido Democrata nos Estados Unidos. Joe Biden, que fez do apoio à Ucrânia uma de suas principais agendas na política externa, não conseguiu eleger como sucessora Kamala Harris.
Antes, em julho, no Reino Unido, o governo do primeiro-ministro conservador Rishi Sunak, um dos principais fiadores da Ucrânia contra Vladimir Putin, foi derrotado de forma esmagadora pelo Partido Trabalhista, liderado por Keir Starmer. E, na França, a coalizão de esquerda Nova Frente Popular obteve o maior número de assentos na Assembleia Nacional, embora sem força suficiente para governar sozinha. A coalizão governista, Juntos, ficou em segundo lugar.
Diante do risco de a Ucrânia ficar sozinha na guerra, líderes europeus e do Canadá visitaram Kiev para marcar os três anos da guerra — e demonstrar apoio. Além da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, os visitantes incluíram o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, e os líderes de Espanha, Dinamarca, Estônia, Finlândia, Islândia, Letônia, Lituânia, Noruega e Suécia, bem como o presidente do Conselho Europeu, o português António Costa, e a vice-presidente da Comissão Europeia, Kaja Kallas.