
Em 11 de abril de 1964, o general Humberto Castelo Branco foi ungido novo presidente da República pelo Congresso, após a desistência de Eurico Gaspar Dutra e Amauri Kruel.
O caminho estava aberto para o general, um dos articuladores do golpe.
Estava previsto pelo AI-1, baixado dois dias antes, que em 1965 o Brasil teria novas eleições. Não foi o que ocorreu: a votação foi adiada várias e várias vezes, por 20 anos, em meio a prisões, cerceamento da imprensa e da liberdade política e, por fim, a morte da democracia.
A denúncia da PGR contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras 33 pessoas destaca que o então presidente tinha, inclusive um discurso pronto, pós-golpe. O documento foi encontrado na sede do Partido Liberal, na sala do próprio ex-presidente e no celular de Mauro Cid: "Tratava-se de um discurso a ser recitado pelo ex-presidente no momento da efetivação do golpe de Estado. O mesmo texto também foi encontrado no aparelho celular de Mauro Cid", diz a denúncia.
Infelizmente, a história se repete. A primeira vez como tragédia. A segunda como farsa.