Durante a posse presidencial para o seu segundo mandato, Donald Trump disse que pretende colocar em prática a Lei do Inimigo Estrangeiro. Apesar de pouco conhecida, essa lei, de 1798, já foi colocada em prática outras três vezes em território americano.
A Lei diz:
Sempre que houver uma guerra declarada entre os Estados Unidos e qualquer nação ou governo estrangeiro, ou qualquer invasão ou incursão predatória for perpetrada, tentada ou ameaçada contra o território dos Estados Unidos por qualquer nação ou governo estrangeiro, e o Presidente fizer uma proclamação pública do evento, todos os nativos, cidadãos, moradores ou súditos da nação ou governo hostil, [...] que estiverem nos Estados Unidos e não forem realmente naturalizados, estarão sujeitos a serem apreendidos, contidos, protegidos e removidos como inimigos estrangeiros.
Ou seja, a medida permite que presidente que esteja no poder detenha, realoque ou deporte estrangeiros que considere inimigos dos EUA.
O Congresso americano aprovou a Lei, com o apoio do presidente John Adams, em 1798, quando os EUA estavam à beira da guerra com a França.
A Lei do Inimigo Estrangeiro já foi usada três vezes na história: A primeira foi na Guerra de 1812, um conflito militar entre os Estados Unidos e o Reino Unido, que durou até 1815. Na época, todos os cidadãos britânicos que viviam nos EUA eram obrigados a relatar informações ao governo americano.
A segunda vez foi durante a Primeira Guerra Mundial, quando o presidente Woodrow Wilson colocou-a em prática contra cidadãos dos países da Tríplice Aliança — Alemanha, Áustria-Hungria, Império Otomano e Itália.
A terceira e última vez que a Lei foi aplicada foi na Segunda Guerra Mundial, quando o presidente Franklin Roosevelt invocou o ato após o ataque do Japão à base naval de Pearl Harbor, designando cidadãos japoneses, alemães e italianos como "inimigos estrangeiros".
Apesar de que a Lei sempre foi usada principalmente em períodos que os EUA estavam envolvidos em guerras, o texto da Lei diz que o instrumento pode ser invocado também quando o país estiver passando por uma tentativa ou ameaça de invasão.